sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Que venha


Um instante;
um segundo antes;
aquele exato momento entre a despedida de 2010
e a chegada de 2011
Pense em tudo que quer,
em tudo que mais necessita.
Não só dinheiro, carros, casa.
Mas amor, amizade - muitos amigos à sua volta.
E solte seu melhor sorriso.
Para o ano que começa.

O 2010 foi de boas conquistas,
mas de perdas irreparáveis.
E será assim sempre;
uns a gente ganha,
noutros a gente perde.
Mas segue.
Tentando ser feliz.

Que venha logo 2011.
A todos.
Um feliz ano novo.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A cidade cobra seu preço II


Voltamos nesta tarde de mais uma tragédia neste final de ano. Agora foi a vez do bairro Padre Teodoro - que assim como o Itapuã, são bairros pobres, de renda baixa - conhecer de perto o drama de uma família de 12 pessoas que vivem em uma única casa. O muro de arrimo, que ficava em um nível superior, caiu em cima de dois quartos e a cozinha da casa. Resultado: três crianças, entre 2 e 13 anos, e uma mulher feridas. Ai podem me falar que foi o destino que causou o fato, que foge das forças do poder público. Será?

O bairro é um não-bairro talvez. Um não-lugar que poucos políticos devem conhecer - e se passaram por lá, foi no máximo nas eleições para pedir votos. É o típico de bairro que a gestão da secretaria municipal de Planeamento está barrando. Bairros sem a mínima estrutura, sem a mínima condição de receber casas. Deve ser este tipo de local que o secretário Flávio de Castro está "barrando" e os poderosos de nossa cidade não andam gostando. É o tipo de bairro, que se olhar as leis e o projeto, não teria sido aprovado. Mas, enfim, foi, e aconteceu a tragédia.

Para se ter uma idéia, não tem como se chegar à casa a não ser à pé. A rua, se é que é rua, íngreme, sem asfalto, cheia de lama e enormes crateras, não dá nenhuma condição de um carro transitar. Pergunto: e como fica o atendimento dessas quatro vidas que ficaram em baixo dos escombros? Não ficam. O SAMU ficou esperando lá em cima da rua, sem poder descer. Além disso, o muro de arrimo que desabou não tem nenhuma sustentação, e o desabamento era questão de tempo. Como foi.

E não para a nossa surpresa ao conversar com os moradores e seus vizinhos, descobrimos que na rua já houve asfalto. Sim, consta na prefeitura que a rua é totalmente transitável, asfaltada. E para a nossa não surpresa, sabe quem foi lá inaugurar? O Sr. Ronald, o Cana Brava.

Ah sim... Já entendemos tudo...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A cidade cobra seu preço


O final deste ano está sendo um tanto quanto movimentado para nós, simples jornalistas. Em poucos dias houve um carro que bateu no muro que matou uma criança, um afogamento na Lagoa Paulino, um deslizamento no Itapuã, crateras que se abrem próximo à Arena do Jacaré. Enfim, só notícia boa para a população. Ainda ontem, brinquei com meu amigo Celso Martinelli, em encontro no Bar do Tilapa, mesmo sem o Tilapa, que essa semana ficou fácil fazer jornal na cidade.

Brincadeiras de mal gosto à parte, algumas dessas tragédias mostram que o município começa a cobrar seu preço por um crescimento desordenado e a falta de investimentos. Terra deslizando de barranco já não é nenhuma novidade neste Brasil. Fato. Buracos que se abrem debaixo dos nossos pés, também já não nos assusta mais, depois do memorável buraco do Cecé, como ficou conhecido aquele no bairro Santa Luzia, vulgo, Garimpo. Outro fato.

Mas ao cobrir as tais crateras próximo à Arena do Jacaré (foto acima), tive uma curiosa conversa com um vizinho muito próximo ao local. Vou publicar justamente o que ele me falou ontem, enquanto tomávamos chuva. Lembrando que estou vendendo o peixe que comprei.

Abre aspas
O buraco começou a aparecer há três meses, e nunca fizeram nada. Primeiro tinha uma água que escorria todos os dias na rua, que vinha da caixa d'água do Saae. Depois de muita reclamação dos vizinhos, o Saae resolveu tomar uma providência, e fizeram uma captação da água que escorria e jogaram através de um cano na rede de esgoto. Ao conversar com um encarregado, questionando o por quê daquilo, já que é proibido, ele me disse que o prefeito tinha proibido novas compras, portanto aquilo era uma medida paliativa, até que se resolvesse o problema. Mas o paliativo virou solução definitiva. E a rede de esgoto não aguentava o volume e sempre estourava, no ponto onde começou a abrir o buraco, que só foi aumentando, cada dia mais, até engolir o poste. Agora, me responde uma coisa: não é o próprio Saae que condena as pessoas por jogar água pluvial na rede de esgoto?
Fecha aspas

Enquanto estava lá, Toninho Macarrão, encarregado da secretaria municipal de Obras estava tentando remediar o problema. Segundo ele, o buraco estava sendo monitorado pela secretaria, e que iriam interditar a rua e jogariam pedras no buraco para que ele parasse de crescer. Agora, com a palavra, o Saae.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O que vem por ai?

O horizonte na tarde desta segunda-feira estava nebuloso. Não só no céu, mas também nas terras das Sélagoas, cidade que às vezes apresenta tempestades políticas, com efeitos arrasadores. Antes que nos critiquem, este é mais um texto opinativo do blog.

Ontem à tarde o prefeito Maroca se reuniu com todo o secretariado e deixou uma ordem clara: todos os secretários devem deixar seus cargos à disposição até o final deste ano, coisa que não demora acontecer. Uma prática comum nas nossas terras das Sete "Bananas" Lagoas, mas que não teria acontecido nesta administração até então. A conversa é que haverá trocas no primeiro escalão no governo municipal.

E logo depois disso entra a rádio corredor, o canal mais eficiente de comunicação, que muitas vezes tem informações imprecisas ou errôneas, mas que em alguns casos, acerta em cheio, entrou em ação. Desta vez os comunicadores nos disseram que haverá trocas sim e que nomes como o do secretário de planejamento, Flávio de Castro, e o presidente do Saae, Ronaldo de Andrade, estariam cogitados a não serem reconduzidos ao cargo. A rádio ainda informou que o prefeito quer tentar amenizar a sua fraca avaliação junto a população trocando alguns nomes e tentar virar o jogo nos próximos dois anos, de olho nas eleições.

Agora vem a nossa opinião, talvez inocente, típica daquelas de buteco, como a gente gosta: em termos de votos, o que elege um político na prática, qual seria o efeito maior? Trocar o secretário de planejamento, que não está agradando alguns poderosos depois de sua reformulação no DLO, pois antes eles estavam acostumados a passar por cima das leis, mas que favoreceu as pessoas mais simples, por implantar um sistema mais democrático? Ou trocar o secretário de Obras, seu irmão Paulo Rogério, responsável direto pelo estado das nossas ruas e do descuido da nossa cidade? Quem representa mais votos? Meia dúzia de poderosos ou milhares de votos no JK, na Cidade de Deus, no Itapoã, no Nova Cidade? Ficam as perguntas...

Infelizmente o prefeito não faz uma administração voltada para a população, e caiu nas mãos das velhas raposas, do tradicionalismo político, que atravanca a nossa cidade há 25 anos. São os mesmos que mandam, são os mesmos que reinam, enquanto infelizmente, vemos a cidade perder mais uma oportunidade de avançar. É triste ver a esperança de tantos que votaram neste prefeito, que fez uma propaganda de novos ares, ir pelos buracos a baixo. É mais triste ainda ver que ele está abrindo as portas para outras velhas raposas voltarem na eleição de 2012, se mostrando os salvadores da pátria. Peçamos ao Deus e ao Diabo na terra do sol para que isso não aconteça.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Felicidades a todos


Que o dia seja repleto de alegrias. Que hoje, você esteja cercado de quem ama, seja família, amigos, amores. O importante é compartilhar o momento com quem se quer bem. Não importa quem.

O blog No Prelo deseja um Feliz Natal a todos os amigos, leitores, inimigos, detratores. Que TODOS sejam felizes. E que amem muito aqueles que estão presentes.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

De olho nos números

A Câmara Municipal finalmente finalizou a aprovação do orçamento municipal para 2011. Com 16 emendas, 13 delas modificativas, a prefeitura terá em mãos quase R$482 milhões, que vão desde a arrecadação de impostos a repasses de programas federais. Alguns números são para a gente ficar atento, já que são vultuosos. Vejamos alguns:

-Câmara Municipal - R$11,69 milhões, um belo orçamento. Será que terminam aquele esqueleto da nova sede?
-Fundo Municipal de Saúde - R$116 milhões, o hospital municipal vai viver seus dias de glória a partir de 2011;
-Chefia de Gabinete - R$1,2 milhões;
-Secretaria de Educação - R$60 milhões;
-Secretaria de Obras - R$38,6 milhões, agora sim vamos tampar os buracos e fazer as obras de infraestrutura que necessitamos;
-Secretaria de Meio Ambiente - R$15 milhões, a Serra de Santa Helena agora pode ganhar uma nova estrutura de conservação;
-SAAE - R$147.744.355,00, ou seja, agora os problemas de tratamento de esgoto e falta de água estarão resolvidos. Certo?

Por outro lado, há outras contas que são de dar dó pelo valor. A começar pela Secretaria de Cultura e Comunicação que terá apenas R$3,7 milhões, sem ainda sabermos quanto vai realmente para a cultura e quanto vai para as publicidades da prefeitura. E ainda, o Fundo Municipal de Cultura ganhou os míseros R$180 mil, que ainda não se sabe como serão distribuídos, se por enquanto de forma arbitrária em subvenções ou realmente teremos um edital sério.

Deu dó? Então vai o pior: Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural (Fumpac) terá R$28, isto, apenas 28 reais. Não acabamos, vai mais. Fundo Municipal de Apoio ao Esporte tem R$8, Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa com o vultuoso valor de R$7 e para chorar o Fundo Municipal de Turismo tem R$5, em uma cidade que quer ser subsede na Copa de 2014. Chorar de rir ou de dó, podem escolher.

É, quem tem pode se vangloriar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Auto de Natal


O Natal existe? Depende de cada um, talvez seja esta a resposta. E é neste sentido que o turma de alunos do Serpaf do nosso amigo Paulinho do Boi vai apresentar hoje à noite. A peça teatral "O Natal Existe?" será encenada em frente à Escola Estadual Arthur Bernardes, no centro da cidade, às 19h, traz de volta um pouco do espírito da festa perdido em meio ao turbilhão comercial da data e revive cantigas do folclore natalino.

Não perca.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Os mistérios daquela noite

O assunto da bomba no Saae - e não a bomba do Saae - já perderam força? Não para a gente. Tudo que foi publicado, falado e mostrado não passa, na nossa opinião, de um emaranhado de informações desencontradas, que mal explicam o que ocorreu naquela tarde/noite. Por isso vamos deixar uma série de questionamentos aqui, para que ao longo do tempo e das investigações, sejam elucidadas.

A começar do descoberta do artefato. Primeiro disseram que estava dentro da casa (ou barracão, como PK Ramon diz) das máquinas, depois que estava no telhado e por último entre a laje e o telhado. Enfim, onde estava a bomba? No barracão, como diz PK Ramon, tem laje? Outra dúvida é quanto ao momento que foi achado. Disseram que o zelador ouviu três explosões, ou barulhos, e o eletricista foi conferir o que era. Mas que tipo de barulho era? De bomba? Outra dúvida que ficamos foi quanto ao número e extensão da bomba. Disseram até que ela explodiriam o quarteirão inteiro (duvido), outros que tinha a potência de atingir 10 metros. Afirmaram que acharam 3 detonadores, mas já me informaram que foi apenas um.

Ainda: o mais curioso é que ficamos sabendo que antes do batalhão de operações especiais, o GATE, chegasse de Belo Horizonte, dezenas de pessoas manipularam o artefato. Os funcionários do Saae, a PM local. Enfim, segundo as palavras de um perito, contaminaram as provas e diluíram totalmente as chances de descobrir quem é o autor da façanha. Aliás, disseram-me que havia um suspeito, um funcionário com histórico dentro da autarquia que fora exonerado um dia antes. Ele foi treinado no Iraque? Ele é um terrorista em potencial e já tinha a bomba em casa esperando a oportunidade de lançar contra seus chefes?

Enquanto a bomba não explode, esperamos as respostas.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Para servir de exemplo


Ilustre desconhecida. Assim posso começar a falar de Marcela Nascimento, setelagoana que passa despercebida pelas ruas da cidade, sem nenhum reconhecimento. Mas a menina ainda de 22 anos é campeã mundial, atleta de destaque, artilheira, e mulher que não desiste das dificuldades e corre atrás dos sonhos. E por último, que seja exemplo para o poder público.

Marcela é titular da seleção brasileira de futsal, campeã no último sábado no mundial, realizado em Madrid, na Espanha. Isso já bastava um reconhecimento por parte de nossas autoridades, mas ao contrário disso, desde que começou a jogar bola, ela nem sequer teve apoio. Para seguir seu sonho, a atleta teve que deixar a família cedo, rumo à Governador Valadares, ser campeã estadual. Depois, seguir para mais longe ainda, Santa Catarina, ser atilheira da última liga nacional de futsal feminino, até ser convocada para a seleção brasileira. Sua história poderia ser mais simples, junto aos pais, mas não menos de sucesso.

Na coletiva realizada na última quarta-feira, Marcela não se cansava de falar: "Que nosso título sirva de exemplo e que as próximas gerações de jogadoras não precise passar por tudo que passei".

Em outras palavras. Que não só o esporte especializado, mas as artes, a educação, sejam melhor valorizadas no município. Quando se tem chance, as pessoas sabem bem aproveitar a oportunidade. Quantas Marcelas tem por ai na cidade no futsal, vôlei, basquete, violão, teatro, pintura? Quais seriam as chances dessas pessoas se houvesse uma política pública mais séria para estes setores, que valorizam o atleta, o artista?

Marcela é uma excessão de sucesso, que teve garra, passou perrengues, mas que agora subiu ao mais alto ponto do pódio. E quantos outros ficaram no caminho por falta de atenção, dinheiro ou motivação?

Este texto é uma homenagem não só à Marcela, mas a todos os outros que lutam, independente da falta de vontade dos nossos poderosos, por acreditar em um sonho. Parabéns Marcelas.

Obs.: Estamos aguardando um posicionamento da diretoria do Saae para publicar um texto sobre a bomba, não a bomba do Saae, mas sim, a bomba no Saae. É diferente, caros amigos e leitores.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Problemas sem solução?

Este é mais um texto-desabafo. Daqueles que vira e mexe a gente coloca aqui, na inspiração de coisas que nos incomoda. Deixando o nariz de cera de lado, há coisas que entra ano e sai ano, continuam as mesmas. Duas delas devem ter dezenas de textos aqui neste blog. Mas vamos lá.

A primeira questão é a dengue. Todos os anos parece que revivemos o ano anterior, em alguns casos de uma forma piorada. Este ano o número de casos notificados praticamente triplicou em relação a 2009, e mesmo assim, podem não refletir a realidade. Segundo o próprio secretário de saúde, Jorge Fernando, muitas pessoas deixam de procurar o posto de saúde ou um hospital, tratando em casa mesmo. Ou seja, esse número pode e deve ser muito maior. Só para nossos amigos-leitores situarem, já foram notificados em 2010 3,9 mil casos, contra 1 mil ano passado. Foram confirmados até agora 3,2 mil casos, e apenas 1,5 mil em 2009. O secretário afirmou que 90% dos focos estão dentro das casas, ou seja, joga a sujeira para a população.

Sabemos sim que a população tem a sua responsabilidade no combate à dengue, pois é preciso cuidar o seu próprio quintal. Mas isso é questão de conscientização, educação, para ser mais exato. Já dissemos, e repitimos: a educação, a cultura, o esporte e lazer, são pastas tão importantes quanto a saúde, e merecem um aporte de recursos melhor aplicados, que, com certeza, vão contribuir para esse combate.

Outro caso infindável e repetitível todos os anos são os famigerados buracos. Já começaram a submergir das profundezas das mazelas da secretaria de obras e invadir nossas ruas. É até cansativo escrever um texto sobre buracos nessa cidade, são repetitivos, monotemáticos, pois ao que nos parece, não tem solução. Por isso nos atemos a apenas citar o assunto, pois será igual a todos os outros.

E parece que tudo se repete neste final de ano... Assim como Papai Noel e amigos ocultos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O racha

Como dissemos no texto sobre a eleição da Câmara Municipal, os bastidores sobre a tal reunião a portas fechadas iriam aos poucos começar a vir a público. E nem demorou.

Em uma conversa com um dos vereadores que estiveram lá dentro, ele contou que ao contrário do que se quis passar ao final da eleição, de que a vereança está unida, o concreto já rachou de vez, parafraseando a banda Plebe Rude, lá da década de 1980. Segundo ele, será visível nas próximas reuniões a divisão dentro da Câmara, entre o grupo dos 7, que antes eram 8, e o restante que forma uma bancada desconexa.

"A coisa vai ficar feia aqui dentro", foi a frase usada pelo vereador. A reunião de portas fechadas foram recheadas de gritos e quase tendiam aos insultos. A lama atingiu quase o pescoço, e para tentar se limpar, fingiram que tudo estava bem depois no plenário.

Como o No Prelo acompanha quase sempre as reuniões - digo quase, porque todas as terças seria algo enfadonho de mais - traremos aqui então essa repercussão da eleição da mesa. Principalmente depois da pose do novo velho presidente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Justa homenagem


A tarde de ontem foi carregada de fortes emoções, mas nada a ver com aqueles dramalhões de novela mexicana. Foi a homenagem mais que justa, prestada pelo vereador Dalton Andrade e os profissionais de comunicação da Câmara Municipal, ao meu amigo-irmão Fred Rezende. O estúdio de TV da casa recebeu o nome de Jornalista Fred Rezende, e na solenidade estavam presentes a família, seus pais e muitos amigos. O local ficou pequeno com tanta gente que queria prestar essa homenagem junta.

Em tempos de crise no legislativo, o nome de Fred ali dentro serve de consolo e uma esperança que um dia a ética volte a imperar na Câmara.

Dalton me incubiu de fazer uma fala, como amigo e parceiro de jornalismo. Infelizmente a emoção foi mais forte, e pouco consegui falar. Mas fica a homenagem ao amigo, que faz tanta falta.

Foto: Os pais de Fred com os amigos da imprensa. Cedida pela assessoria de comunicação da Câmara Municipal.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um dia para ser esquecido

Como é bom ter um dia após o outro. Principalmente depois de um dia que vai ficar marcado na cidade como um dos mais vergonhosos na política das nossas Sete "Bananas" Lagoas. Dia que vai ficar manchado com uma das mais baixas eleições para a mesa da Câmara Municipal. Nesta última terça-feira, parte dos vereadores se mostraram até onde vai uma baixaria na política da cidade. E olha que já cobrimos a cassação de um prefeito, duas eleições municipais, e diversos outros eventos que poderiam competir em pé de igualdade com o dia de ontem. Mas, na nossa simplória avaliação, a terça-feira, dia 30 de novembro de 2010, tenha chegado ao extremo.

A começar com a estranha composição de chapa (vide texto anterior). Nada se encaixava, até que os bastidores começassem a surgir. Vamos lá tentar recuperar a história. Até então havia fechado em torno de oito vereadores a composição de um chapa, que teria vitória garantida, que seria a chapa encabeçada por Toninho Rogério. Paredão, em sua coluna de hoje, desenha bem como foi composto o jogo das negociações internas, com João Pena pedindo secretaria (só não cita onde ou qual). Era de conhecimento que a outra chapa, tinha como nome certo a presidência: Milton Saraiva. O que nos contaram, nas internas, é que a chapa que teria Milton, Marcelo e Euro já tinham perdido a parada e para tentar virar o jogo, começaram a convidar vereadores "do outro lado" com cargos na mesa. Onde teria aceito Caio Dutra. Mas Caio, aceitou apenas com uma condição: apenas como presidente. Foi onde ficou composta a chapa. Milton ainda revelou que havia colocado seu nome na chapa, mas que os planos é que no momento da eleição, seria substituído por Celso Paiva. E o pior, tudo com anuência do prefeito, Mário Márcio Campolina Paiva, Maroca.

E o circo foi armado. Sabedores que a chapa, que ainda contava com o atual presidente Duílio de Castro, não tinha chances de vitória, se armou um verdadeiro picadeiro para tentar manipular a eleição. Caio Dutra, pediu uma questão e ordem e apresentou um requerimento adiando a votação. Ele alegava que a resolução 1067/2010, que propunha a eleição, tinha divergências com o Regimento Interno da Casa. Dados complicados esses. O Regimento Interno regulamenta que o registro das chapas devem ser feitas até 24h antes da eleição, marcada para as 18h. Já a resolução previa que as chapas deveria ser registradas até as 17h de segunda-feira. Com isso, Caio pedia a suspensão, por as duas se confrontarem, até que o Procurador desse uma solução final. Foi quando a coisa pegou fogo. Outro argumento usado por ele é de que como a sua chapa foi registrada às 17h45, ele já supunha que se saísse vencedor, a outra chapa iria pedir impugnação.

O Grupo dos 8, que na verdade já eram 7, declararam que a coisa ia "pro pau" se houvesse manobra. Acuado, o presidente Duílio começou a deliberar visivelmente em prol de Caio Dutra. A rádio corredor informou a este blogueiro que o presidente Duílio de Castro havia dispensado o procurador da Casa antes do início da reunião. Realmente Fernando Roque não acompanhava a reunião do plenário, o que pode confirmar essa informação. A coisa ficou feia em plenário, e Duílio, como dissemos, acuado, chamou todos os 13 para uma conversa a portas fechadas em seu gabinete. Apesar de protestos de certos vereadores, que queriam a conversa aberta ao público, eles acataram o simplório convite, onde ficaram por quase 30 minutos, fechados, sem dar notícias. Algumas vezes saía um ou outro, e notícias até que a polícia foi chamada.

Mas ao final de tudo, os 13 saíram com uma expressão pesada, mas que logo foi amenizada com um discurso conciliador de Caio Dutra, que retirava sua candidatura e pedia aos demais de sua chapa a fazer o mesmo em prol de Toninho Rogério. A reunião terminou em tom ameno, com a eleição do novo presidente por unanimidade. Pelo menos na teoria, pois na prática, a coisa deve ser outra.

Essas artimanhas demonstraram até onde os políticos locais vão a favor de seus interesses e pelo poder. Caio retirou sua candidatura depois que viu que não tinha chances, assim como os demais. Arquitetado pelo tal o Grupo, eles saíram derrotados dessa primeira batalha. Um dos membros mais fortes da rádio corredor já deu seu diagnóstico: "Os vereadores saíram unidos da eleição, e devem apontar o canhão para outro lado agora", apontando para a prefeitura.

Agora é ver até onde vai o espetáculo do circo armado. Me parece que só começou, e que os palhaços até então, é a própria população.