segunda-feira, 16 de maio de 2011

Trânsito, gasolina, transporte público

Viajar faz bem para a alma e para a mente. Arejar de todos os processos vividos no cotidiano, e ainda mais, ver nosso mundo de fora, com outros olhos. É isso que me inspira a fazer este texto.

Não é de hoje que neste blog se fala de transporte público. Mas agora outros fatores vieram para dar um gás maior ao assunto. Falo do trânsito e do preço absurdo dos combustíveis, que bateu o teto de R$3,10 par a gasolina, mas que agora perde o fôlego e o preço começa a cair a patamares menores. Do outro lado, vivemos a um passo no caos no trânsito de Sélagoas. Se o caos já não foi implantado.

O preço da gasolina é absurdo? Talvez mais ainda é a sociedade abusar dos carros no trânsito das cidades. Aqui não é diferente. A maioria anda sozinha em seu veículo, muitas vezes para rodar poucos quilômetros. O resultado é óbvio. A supervalorização do combustível e um trânsito sofrível.

Mas a culpa é da sociedade? Em parte. Em uma cidade que o transporte público é igualmente um caos, resta a maior parte da população recorrer aos seus carros. Temos um modelo ultramegaultrapassado. Temos uma empresa concessionária e a tal cooperativa. Ambos travam uma batalha nas ruas, por linhas e por passageiros que não nos leva a nenhum lugar. Literalmente. Talvez só mesmo em Sélagoas que existem dois prestadores de transporte público, mas que fazem as mesmas linhas e os mesmos horários. De alternativo não tem nada.

E ainda tem o trânsito no centro da cidade. O que vemos em grandes centros de outros continentes é uma ação do governo de tentar barrar seus cidadãos de trafegar por ruas mais complicadas em horários de picos. Vale até pedágio de valor alto, para que pensem duas vezes antes de se meter em um carro. Mas é claro, isso em países que a malha de metrô e ônibus é extensa, e funciona efetivamente.

O centro da nossa cidade é toda ocupada pelos carros. Principalmente daqueles estacionados. E ainda pelos ônibus de transporte público que tem pontos em locais complicados.

Não é preciso um estudo detalhado para saber o que o trânsito da cidade necessita. É preciso sim atitude, coisa que nossos últimos mandantes não tiveram. Bater de frente com parte da população para um bem comum, ou mesmo contra empresas acostumadas a só ganhar, faz bem para o futuro da cidade.

Mas tem que ter peito. Enquanto isso...

2 comentários:

Frederico Dantas disse...

É, Marcão.
Este negócio de viajar para lugares mais civilizados/organizados que o nosso tem este efeito colateral; voltar pra casa e ficar indignado com o que temos aqui.

É óbvio que mesmo os que parecem não ter problemas têm os seus. Mas a pergunta e a revolta que ficam é justamente por saber que ainda rastejamos com coisas que já tiveram soluções apresentadas, experimentadas e validadas por outros com grande sucesso.

Impressionante como nós, seres humanos, somos ainda incapazes de aprender com os erros e acertos dos outros. E tem alguns de nós que não aprendem nem com os seus próprios.

Abraço.

Blog do Flávio de Castro disse...

Marcão,

Você diz a verdade: uma cidade plana com certa facilidade para se chegar a um modelo de transporte público, no mínimo, razoável, acabou construindo um modelo autofágico entre concessionário e permissionários que não levou a nenhuma melhoria de qualidade. E o pior: tentar mexer nese modelo, hoje, é entrar numa guerra de interesses pesadíssima.

Mas sobre a área central, acho que para além da ineficiência pública, temos que admitir que há uma enorme dificuldade em se estabelecer um consenso entre os vários atores sociais. Anos atrás, quando propussemos um projeto de lei que regulava a entrada, a circulação e a permanência de veículos de carga e ônibus de transporte escolar, ou seja, o controle, no hipercentro, sobre veículos de gande porte que geram grande impacto no sistema, a reação foiestranhíssima. Pouca gente entrou no mérito do projeto, a maioria só enxergou os problemas que ele podia gerar para o seu próprio negócio, para si próprio. Independente de ser bom ou ruim o projeto, de merecer ou não correções, o processo foi decepcionante!

Abs, Flávio