segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"A mudança começa pelo Legislativo"

O título do texto está entre aspas pois é uma citação. Ela me foi dita por uma das minhas maiores mentoras na política, na arte das entranhas do mundo político. Minha tia, e além disso, minha madrinha, Lúcia Avelar é com certeza hoje uma das mais importantes cientistas políticas no Brasil, com diversas entrevistas para a revista Carta Capital - que para mim, está cem anos à frente de outros semanários - e já coordenou o departamento na Universidade de Brasília (UnB).

Mas voltando à frase, minha tia Lúcia me disse isso em uma recente visita à Sete Lagoas, depois de me pedir um resumo da vida política na cidade atualmente. Ao contar os meandros dos corredores, ela me disse, categoricamente: "A mudança começa pelo legislativo".

O que ela, uma pós-doutora em ciências políticas, quis me dizer é que não adianta a população ficar reclamando apenas do executivo, seja ele municipal, estadual ou federal. Se o legislativo vai mal - ou muito mal, como vemos em algumas passagens recentes da nossa Câmara - a cidade também vai mal. Salvas exceções, sabemos que muitos ali vivem de conchavos, picuínhas e só miram as próximas eleições para continuar mamando no dinheiro público. Muitas vezes vivem de discursos inflamados, mas que no fundo não convencem nem a si mesmo.

Os vereadores são có-responsáveis pelo que acontece na direção da cidade. Eles que aprovam as leis, e principalmente os orçamentos, para onde o nosso suado dinheirinho vai, além de fiscalizar o poder executivo. Eles devem ser cobrados tanto quanto o prefeito em qualquer que seja o assunto da cidade.

A discussão sobre o número de cadeiras na Câmara, que deve ser votado até o fim de setembro é uma ótima oportunidade para a própria população avaliar a atuação dos vereadores. Será que precisamos de 17? Ou de 21? O que vai mudar essencialmente no aumento de cadeiras? Será que realmente haverá mudanças significativas com o aumento de vereadores?

É só buscar as pautas semanais que são discutidas na reunião semanal. Lá estará a resposta.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Coincidências


Como é a vida. Pouco depois de escrever o texto abaixo, sobre coisas estranhas que só acontecem em Sélagoas, me deparo com uma foto para comprovar o que falei.

A foto não é minha, e copiei, ainda sem autorização prévia - mas sei que tenho a autorização para fazer - do blog do meu amigo Ramon Lamar. O assunto que abordado no post dele não tem nada a ver com o meu, mas no final, ele me dá de presente a minha prova. A prova final que preciso.

Como dá para ver, há um carro de som logo atrás do desmonte da ferinha. E vocês não imaginam de quem é esse carro de som. Sim, da propaganda da Exposete. Como pode verificar, ele não te a devida licença da Secretaria do Meio Ambiente, que por lei, tem que estar estampada na porta dianteira do veículo. E é preciso ter o telefone de contato da secretaria, caso o cidadão se sinta incomodado com o som e reclamar aos órgão competentes. Como sei que é da Exposete? Porque tive o desprazer de encontrar com ele no meio da rua fazendo a maravilhosa e prazerosa propaganda.

Mas neste caso, não há telefone né? Porque ele não tem autorização né? E prá quem a gente ia reclamar?

Onde erramos?

Há muito fico fazendo essa pergunta ingrata. Sete Lagoas tem um potencial incrível, para ser uma cidade avançada, moderna, bem estruturada. Mas ainda vemos resquícios de uma velha política enrraigada em coronéis, que pouco ajudam ou contribuem com os avanços. Vejamos um caso mais que explícito.

No início de julho foi realizado um evento com proposta totalmente cultural, com uma programação que incluía artes cênicas, circenses, plásticas, congado e música regional, com direito à banda Argentina, que fechava sua turnê pelo Brasil e depois partia para a Europa. Que dia Sete Lagoas tinha visto isso?

O empreedimento era de quatro parceiros, todos eles com pessoas ligadas à defesa dos interesses culturais, mas também ecológicos e de saúde. Tentaram o alvará perante a Secretaria de Meio Ambiente, três semanas antes do evento ocorrer. Mas que foram surpreendidos ao se deparar com o pedido de adiamento do evento, um dia antes de ocorrer. A secretaria se justificou dizendo não ter tempo hábil para analisar o pedido. Como se adiar um evento dessa envergadura, que envolve diversas pessoas e dinheiro, fosse assim tão fácil.

Apesar disso, um dos organizadores conversou ainda pessoalmente com o secretário, que garantiu que se não houvessem problemas na festa, nada seria feito contra o evento. Mas eis que pouco mais de um mês depois, aparece uma multa de R$1 mil pela realização do evento. E o que vem à tona é uma rixa mascarada com um dos parceiros da festa, e, por birra, aplicou a multa. Afinal, tem poderes.

Enquanto isso, na bela cidade das Sélagoas, os carros de som, que andam a um volume ao extremo pelas ruas, não tem o mesmo tratamento. Rodam sem ser importunados. E ainda. Recentemente, carros de som sem o credenciamento da secretaria de meio ambiente rodavam fazendo publicidade da Exposete, em pleno domingo. Segundo o artigo 40, inciso II do Decreto Lei 2784/2002 do município, é proibida a veiculação de publicidade em carros de som aos domingos. Provavelmente para preservar os ouvidos de quem já sofre durante a semana no dia de descanso.

Ai fica a pergunta. Onde erramos?