sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Outras reflexões


A audiência pública de ontem, convocada pela FEAM, no auditório da Unifemm, foi um evento imperdível, e até mesmo complexo. Complexo do ponto de vista das reflexões que ele pode gerar, das inúmeras leituras que proporcionou. Poderíamos falar desde a discussão técnico-ambiental, como já faz o amigo PK Ramon Lamar em seu blog, até a discutir os efeitos práticos da audiência, como fez majestosamente nosso também amigo Flávio de Castro. Por eles já terem feito tão bem essas análises, e não precisar de acrescentar mais, vamos voltar nossos olhares para um outro lado, o lado político-social da coisa.

Por um tempo, nossa bela cidade dormiu em seu berço explendido, com uma população acanhada, sem voz (até mesmo nas eleições, essas vozes eram tímidas), sem conseguir expressar sua verdadeira opinião. Os coronéis, através de seus jornaleiros de plantão comandavam a opinião pública sem o mínimo senso de cidadania, passando por cima dos interesses públicos, em prol de seus próprio umbigos. Mas eis que começamos a ver uma nova chance, uma luz no fim do túnel.

São várias as manifestações que tem ocorrido na cidade nos últimos meses. Descontentes com algumas atuações do poder público, a sociedade começa a se organizar, e começa a falar quando discorda, sua opinião, apontar os caminhos que ela deseja. Seja em blogs, cartas, em manifestação na rua, na audiência pública, o que vemos é pelo menos uma parte da população querendo falar. E o melhor: se organizando para isso.

Nesta quinta-feira foi mais uma prova disso. Um grupo de pessoas se juntaram, organizaram suas falas, e o que vimos foi desmontarem, um por um, os argumentos usados pelos empreendedores do Boulevard Santa Helena. De forma organizada, eles mostraram com dados técnicos, através de leis, a inviabilidade do loteamento e seus impactos negativos no restante da cidade.

Até o momento que fiquei - tive que sair mais cedo, por volta das 22h, por causa de compromissos particulares - praticamente 100% das pessoas que se inscreveram para falar, foram contra, de forma ciente e equilibrada. Com certeza, o auge foi justamente o momento da apresentação dos alunos do Paulinho do Boi no Serpaf, que subiram e atuaram uma adaptação de uma peça, e saíram aplaudidos de pé pelos presentes. Eles soltaram frases do tipo "Eu quero um prefeito atuante", e prontamente ovacionados pelos presentes.

Resta saber se o poder público vai ser sensível aos gritos da população, que não querem a autorização do loteamento, do jeito que foi apresentado. Que sejam feitas propostas de mudanças, mas a planta apresentada, já foi reprovada. E que a população continue a se organizar, para ter mais voz nas decisões que vão definir o futuro dessa cidade.

Bravo!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma faísca


Para alguns, eram poucos. Mas para outros, um sinal. Essa é uma primeira análise da manifestação ocorrida no início da tarde de hoje, que começou no Orkut e ganhou as ruas. Foram cerca de 50 a 60 pessoas que empunharam faixas, bandeiras, cartazes, nariz de palhaço e apito. Pouco? Mas pode ser uma faísca.

O que mais surpreendeu, foi justamente o que eles cobravam do prefeito. Não era aquele papo Fora Maroca! E sim, cobravam melhorias da cidade. Eles pediam que melhorasse as condições das ruas, da saúde, e até mesmo manifestavam em apoio ao Parque da Lagoa da Chácara. Podem ser coisas pontuais, mas eles tiveram a coragem de ir às ruas e reivindicar.

Este é o ponto principal disso tudo. A movimentação cívica, da população, que realmente precisa tomar as ruas, tomar conta da cidade. Seja qualquer o discurso. Cultura, esporte, educação, transporte público, trânsito. Moramos todos na pólis, na cidade, e devemos viver em uma cidade melhor. Esse é o ponto da manifestação. Eram poucos? Sim, mas tem todo o direito de gritar e protestar. Manifestar por um lugar melhor para se viver, e não porque são do partido A ou B.

Mas os organizadores precisam rever dois pontos, do ponto de vista deste blog. A primeira é realmente o número de participantes. Na comunidade do Orkut, há mais de 1700 participantes. Por que foram apenas 50 deles? O que faltou na mobilização? Estavam usando a comunidade apenas como um selo? Uma revolta instantânea?

Segundo e primordial ponto. Não deixar que aproveitadores de plantão usem e abusem do movimento, que a princípio, parece legítimo. Vimos pessoas que podem jogar essa legitimidade para o buraco, com o uso político dessa movimentação. Não são pessoas que querem o melhor para sua cidade, querem o melhor para elas mesmas. Infelizmente, havia algumas dessas pessoas por lá.

No final, ficou marcado para a próxima terça-feira um encontro dos manifestantes com o Maroca. Pelo que sabemos, ele vai apresentar tudo que foi feito nos últimos dois anos, em uma espécie de dociê. O prefeito ainda divulgou a seguinte nota, publicada abaixo na íntegra.

Abre aspas:
A Prefeitura de Sete Lagoas respeita a manifestação realizada dia 18 de
fevereiro e reafirma que está aberta ao diálogo transparente e à democracia
participativa. No dia 21 de fevereiro, o chefe do executivo municipal
reunirá com representantes do movimento.
Fecha aspas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fim do namoro


Há tempos que isso vem sendo anunciado. Parece daqueles rompimentos longos, dolorosos, que ambas as partes querem se distanciar, mas nenhum deles declara abertamente que o fim está próximo. A união entre PT e PSDB em Sete lagoas foi notícia em jornais, como uma união possível, que se juntavam para promover mudanças políticas na cidade, presa durante anos nas mãos de coronéis.

Mas veio a notícia do rompimento neste sábado, em que a cúpula do PT municipal esteve reunido e decidiu o rompimento. O anúncio oficial ainda não foi feito, mas está marcado para esta terça-feira, às 10h, conforme convite enviado à imprensa (o No Prelo vai estar lá).

Com isso, a administração não perde apenas um apoio institucional de um partido tradicional, mas também pode perder parte da base na Câmara Municipal. Afinal, o PT tem na casa 3 vereadores, incluindo ai o irmão do prefeito, Celso Paiva. Ficamos curioso como ele deverá se comportar durante as reuniões a partir do anúncio oficial. Ficará contra o irmão e plantará um crise no clã Paiva? Vai sair do PT? Vai ficar em cima do muro?

Ainda não sabemos em qual sentido o PT vai pender, pois há tempos eles anunciam uma independência na Câmara Municipal. Mas a última eleição da mesa diretora, mostrou uma articulação entre o partido e o PMDB, repetindo a aliança nacional. Mas isso tudo pode ser esclarecido na coletiva na manhã desta terça. A esperar...

Enquanto isso, roda pelos emails da cidade uma organização de uma manifestação contra o prefeito, intitulado Fora Maroca. A passeata, que está marcada para o dia 18, sairá da Matriz (nada mais interior do que isso) em direção à prefeitura. É aguardar também para ver.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ninguém quer o pepino

E não estou falando do cinema, aquele imóvel que está jogado às traças e que poderia muito bem ser usado como ponto cultural da cidade, assim como o Rivello.

Mas voltando ao assunto. O pepino que referimos é a liderança do prefeito na Câmara Municipal. A atual administração já teve dois vereadores como líderes no legislativo. O primeiro foi o Renato Gomes, que por ser o seu primeiro mandato, não conhecia as artimanhas (e maracutaias) que correm naquela casa. Depois assumiu Marcelo "Cooperselta", que hora pendia como situação, outra como oposição. Marinheiro de primeira viagem como vereador, Marcelo perece mais acostumado ao habitat do covil.

Mas na semana passada, Marcelo decidiu enviar uma carta ao prefeito, colocando o cargo à disposição. Ou seja, pedindo demissão do cargo. Ontem na reunião, de forma maliciosa, ele disse que era para o prefeito ficar mais à vontade e promover uma rotatividade do cargo. "Para outros vereadores poderem também experimentar o gostinho de liderança", disse.

E agora a rádio corredor começa a funcionar. Dizem lá na Câmara, que são poucos nomes cotados para ocupar o cargo novamente vago. Dentre tantos que há, sobraram apenas Milton Saraiva e Reginaldo Tristeza. Ainda me falaram assim: "Celsinho não assume, por que é irmão do prefeito. Renato não quer de novo o pepino. Gilberto já disse que não. Lico é novato. Ficam sobrando apenas Milton, Reginaldo e Caio, já que o Marcelo largou o osso".

Lá dentro se fala que Caio seria um nome. Mas questionei que Caio é oposição. Riram de mim. Sobram apenas Milton e Reginaldo, por exclusão. Outra fonte me garantiu. "Vão insistir com Milton".

Mas, pelo jeito, ninguém quer pegar o pepino.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Enquanto isso, na sala de justiça


Robin:
- Santa Juliana, Superman. Diga a eles...

Superman:
- Calma Robin, somos muito mais numerosos do que eles imaginam...