quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Situação precária

É notícia no portal do Ministério Público. A prefeitura de Sete Lagoas foi obrigada a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o objetivo de combater o avanço da dengue mais seriamente. A cidade tem um dos maiores índices de notificações do Estado, uma triste liderança.

Durante todo o ano, os números da dengue não deram trégua. Onde estaria o erro da cidade então? Sabendo que o combate não depende só do poder público, mas também da população, então quem podemos recorrer para não termos mais índices como esses?

É óbvio que a população precisa ajudar, em um combate sistêmico dentro de casa. Todos sabem fazer, não tem desculpa. Mas o poder público também precisa fazer sua parte. Se nem durante as secas, quando teoricamente os focos tem menos chance de aparecer, os índices caíram, imagina agora, em que as águas começam a descer sistematicamente todos os dias?

Neste caso a prefeitura deve ter pulsos fortes, e fazer uma campanha ostensiva, dentro das casas dos moradores, independente de cor, credo, situação financeira ou bairro. Se isto não for feito agora, vamos pagar o preço no início do próximo ano, quando as chances do mosquito transmissor se alastrar é ainda maior.

Por falar em voto...


Será encenado hoje na Casa da Cultura, às 20h, a peça teatral "Zé Brasil, Zé Den D'Água e o Político Ladrão", de direção do nosso amigo Paulinho do Boi. A peça trata justamente do poder do voto, e a sua importância na formação da cidadania, algo pouco presente na população hoje.

Segundo me contou Paulinho, o texto, baseado nas obras de Bertold Brecht e Arnaldo Jabor, foi construído juntamente com os alunos da oficina de teatro do Serpaf. Ou seja, jovens de bairros afastados, que juntos, construíram uma peça de teatro para mostrar a importância do voto. É a construção de uma nova mentalidade na cidade. Esta é a grande esperança para que um dia, nossa queria Sete "Bananas" Lagoas perca esses títulos de mesmice, marasmo, bananas, entre outros.

É incrível que como entidades, como o Serpaf, o Colcheia, dentre outros, precisam assumir um papel que é do poder público. Se olharmos a questão dos jovens na cidade, eles estão jogados às traças. Não há uma política cultural-social para os cidadãos entre os 15 e 30 anos. Ou será que eles ainda não são considerados cidadãos?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

MP entra no (des)caso

Ao que nos parece, a saúde virou uma tremenda queda de braço. Um e-mail inteiro enviado pela assessoria de comunicação da secretaria de saúde, revela que o Ministério Público entrou no (des)caso do Hospital Municipal, único hospital público na região, que dizem as autoridades, é aberto a uma população de quase 500 mil habitantes.

Pois bem. No email inteiro, está em anexo uma recomendação do Promotor de Justiça, Marcelo Augusto Vieira, em que dentre outras coisas cobra mais idoneidade dos profissionais que ali trabalham. Segundo ele, foi detectado que alguns destes profissionais adotam uma postura não condizente com "ética e moral exigidas dos prestadores de serviço público".

Consta no documento: "Considerando que o mesmo procedimento investigatório apontou indícios de que alguns profissionais de saúde estão agindo com grave desvio de conduta, tais como afastamento ou abandono de plantão sem prévia autorização, desobediência dos horários determinados para o serviço de plantão, encaminhamento de pacientes para exames ou consultas particulares e, até mesmo, realização de cobrança de honorários em dinheiro para atendimento de pacientes".

Desta forma ele chama a atenção de que esses funcionários, se comprovados, podem ser indiciados em crimes e atos de improbidade administrativa (assim como foi o ex-prefeito Ronald, o Cana Brava). Após isso, ele recomenda que estes profissionais tomem posturas mais Profissionais, óbvio.

Mas o que há por trás desta recomendação? Sabemos que os salários pagos no município são mais baixos que os praticados em cidades menores, o que na prática (e sejamos práticos), dá margem à profissionais fazerem o que bem entender. Não que isso seja certo, mas é óbvio ululante. Mas por outro lado, eles são profissionais, fizeram um juramento antes de receber seus diplomas e devem cumprir um compromisso. Fato é que a saúde na cidade é um gargalo que não parece ter solução (alguns apontam o Hospital Regional, mas tenho cá minhas dúvidas), e sempre figurou as linhas deste blog.

A coisa parece que começa a virar um cabo de guerra. Alguém aposta comigo aí quem sai perdendo?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quem merece seu voto?


Entramos na reta final. Estamos a cinco dias em que milhões de brasileiros retornam às urnas para escolher seus principais representantes. Mesmo que não concorde com o resultado, é importante frisar que a democracia no país está cada vez mais fortalecida. Fato. Temos uma das eleições mais seguras e democráticas do mundo.

Mas perante tanta importância, já parou para pensar em quem realmente merece seu voto? Quem é aquela pessoa que você vai depositar a sua confiança? Já parou para questionar o que ela propôs para ter seu voto? Ou simplesmente ele é uma foto estampada em um cavalete (que por obra e vingança da natureza, uma hora dessas deve estar totalmente encharcado) no meio da praça, que não diz nada, nem uma palavra?

Seu candidato a deputado prometeu mais educação, segurança, trabalho, saúde? E como ele vai fazer isso? Você chegou a perguntar isso para ele? Ou estas propostas não é papel do executivo? Aliás, o seu candidato sabe que papel vai desempenhar se eleito?

Ainda dá tempo de perguntar. E como diz o ditado: perguntar não ofende. Por isso perguntamos: quem merece seu voto?

Obs 1.: Já que estamos perguntando, após o almoço hoje, horário bem propício para pensar, me peguei a conjecturar sobre o pós-eleição. E cabe aqui uma pergunta aos que apoiam a Onda Verde. Caso a Marina Silva fosse eleita, para que lado ela iria correr para pedir apoio em nome da tal governabilidade? O PT de Lula/Dilma ou o PSDB/DEM de FHC, Serra, ACM Neto?

Obs 2.: Agradeço aqui de coração o apoio recebido por todos os amigos do blog. Só estou aqui de novo escrevendo este texto pela força que recebi nestes últimos dias. Espero poder dar continuidade à este espaço. Um abraço a todos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Por um segundo

Nem sei bem como começar este texto. Aliás, nunca imaginei na história deste blog ter que escrever mal estas linhas tortas, e é, sem nenhuma dúvida, o pior momento de vida deste espaço.

Fred era muito mais que um companheiro de blog, muito mais que um colega de profissão. Era um amigo de verdade, destes que a gente encontra poucos na vida. Era um irmão. Nossa amizade transcendia as linhas do No Prelo, ou mesmo, dos microfones da rádio. Sempre depois do programa, essa amizade ganhava as ruas, bares, e não era difícil estender uma conversa por mais de quatro horas, initerruptas, sem momentos de silêncio. Era assunto que não acabava mais. Deve ser a tal afinidade. Aliás, foi através dessa tal afinidade que começamos juntos no Comunicação Total, e por consequência, este blog. Este blog, que agora tem a equipe só pela metade.

Deve ser essa tal afinidade, que juntos planejávamos profissionalizar este blog, ganhar uns trocados com ele. Deve ser essa tal afinidade que pensávamos em montar uma agência de comunicação, ser donos dos nossos próprios narizes. E se tudo desse errado, a gente ia vender cerveja próximo à Arena do Jacaré.

Mas isso agora vai ficar nos sonhos. E infelizmente não tenho mais o Fred aqui ao meu lado para dividirmos esse sonho.

Peço paciência aos nossos amigos leitores deste blog. Me lembro de cada linha, de cada palavra construída nestes textos publicados. Fomos atacados, criticados e elogiados, mas sempre seguíamos o que achávamos o correto, o que era certo. Não é, de forma alguma, piegas, dizer que Fred ainda está vivo aqui. Estão vivas suas idéias, seus ideais, suas ideologias.

Por isso peço paciência. Um segundo de silêncio. Preciso pensar, refletir em o que fazer com o No Prelo. Neste momento não tenho forças para manter, continuar sem o meu amigo, meu irmão.

Fred, de onde estiver, me ilumine, me mostre o caminho a seguir. Pois estou sozinho aqui agora.

Saudades!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Agora precisamos de sua força

Este texto vem apenas para pedir apoio, força e energia positiva. Nada a mais. Neste domingo fui surpreendido por uma terrível notícia: meu amigo e parceiro deste blog, formulado por uma equipe de dois jornalistas, sofreu um grave acidente. As primeiras notícias, dadas pelo nosso amigo Renato Alexandre, davam conta de que ele estaria no Hospital Municipal. Logo Fred, que denunciou por dezenas de vezes o caos vivido dentro daquele lugar, sofreria ali dentro seu pior capítulo da sua trajetória.

Mas nesta segunda, outro nosso amigo, Celsinho Martinelli, já me deixa mais aliviado. Segunda as suas informações, Fred teria tido uma melhora no seu quadro clínico e já havia sido transferido para a UTI do Nossa Senhora das Graças. Menos mal...

Peço a todos que mandem todas as suas energia positivas para esse camarada boa praça, alegre e trabalhador. Um parceiro de todas as horas, companheiro de boas jornadas de trabalho, da luta por um jornalismo mais sério.

Aguardo seu retorno Fred, este blog fica pela metade, sem graça e triste sem sua presença.

Marcos Avellar

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Casas de veraneio dos ricos de BH?

No Prelo não é lá muito fã da Revista Veja, mas esta é uma opinião destes dois que vos escrevem. Porém, todavia, entretanto, respeitamos o veículo de comunicação, que querendo ou não, é um dos mais importantes da América Latina. E justamente a revista trouxe em sua última edição um levantamento sobre 20 cidades brasileiras de médio porte que poderão ser as "metrópoles do futuro", além de outras com grande potencial para se tornarem referência daqui há pouco tempo.

Sete Lagoas é uma delas, o que sem sombra de dúvidas é uma verdade inconteste. O desenvolvimento do município desde o início desta década é evidente. Sete Lagoas pulou de uma cidade de interior para um município que abriga importantes multinacionais e empresas de renome, tais como Iveco Fiat, AmBev, Elma Chips, Brennand Cimentos, OMR entre outras, que possibilitaram a diversificação da economia, antes presa à cadeia do gusa - que ainda responde por grande fatia do setor. Mas isto caiu do céu assim, ao gosto de Deus? Foi por iniciativa de nossos digníssimos políticos? Bem, em parte.

Primeiro porque o Criador - isso é para quem acredita viu gente, não vamos discutir religião aqui - deu à Sete Lagoas uma localização privilegiada. Os índios que habitavam estas terras há longíquos anos observaram um local excelente para montar sua aldeia e viverem felizes para sempre - ou pelo manos até os Bandeirantes chegarem por estas bandas. Em segundo lugar, a iniciativa política tem sua participação na isenção de impostos e colocação de áreas à disposição (nem que para isso tenham que arrancar um bairro inteiro do lugar).

Mas o que mais aproxima Sete Lagoas destas empresas é justamente sua localização privilegiada, vias de escoamento, proximidade com a capital etc e tal. Todo mundo já está cansado de ouvir isso. A vinda destes empreendimentos segue o ritmo normal de qualquer empresa que procura facilidades para produzir e escoar, mas não quer dizer que a chegada de uma primeira não tenha facilitado a vinda das demais. Isto é óbvio e claro.

A Revista Veja colocou Sete Lagoas como balneário industrial, numa matéria pequena, bem amarrada quanto aos investimentos aqui feitos nos últimos anos, mas justamente ela, que se gaba por aprofundar nos temas que aborda, não citou problemas estruturais graves e de anos com os quais convivem os locais. O tratamento de esgoto é falho, a distribuição de água em alguns pontos do município também, determinados bairros sofrem com a sujeira, o trânsito na área central está pela hora da morte e por aí vamos seguindo.

A cidade avançou muito nos últimos anos, mas ainda precisa crescer mais nestes quesitos. Iniciativas têm sido tomadas e até surtido efeito. Precisamos pensar a cidade daqui a 30, 50 anos e estamos caminhando neste rumo. Agora, falar que Sete Lagoas “abriga casas de veraneio dos ricos de Belo Horizonte, que viajam apenas 70 quilômetros para desfrutar os sítios e chácaras situados às margens dos seus lagos” é demais. E tudo que é demais, passa da conta. Não teriam confundido Sete Lagoas com Lagoa Santa?