terça-feira, 30 de novembro de 2010

Só Deus sabe quem é ateu

Se o Deus nos acuda foi instalado na Câmara Municipal, então cabe somente a Ele resolver este imbróglio. Ao receber o release da assessoria de comunicação do legislativo com as chapas que concorrem a eleição da mesa, nos deparamos com algo que ainda não dá para entender. Antes de prosseguir o texto, vamos colocar aqui as duas chapas que concorrem hoje.

Chapa 01 (sem denominação):
Presidente: Toninho Rogério (PMDB)
1º Vice-presidente: Claudinei Dias (PT)
2º Vice-presidente: Dalton Andrade (PT)
1º Secretário: Renato Gomes (PV)
2º Secretário: João Pena (PMDB)

Chapa 02 (Chapa Força)
Presidente: Dr. Caio Dutra (PMDB)
1º Vice-presidente: Dr. Euro Andrade (PP)
2º Vice-presidente: Milton Saraiva (PP)
1º Secretário: Marcelo Cooperseltta (PMN)
2º Secretário: Duílio de Castro (PMN)

Enquanto de um lado o bloco PT/PV compuseram forças de apoio ao prefeito Maroca durante um bom tempo de sua administração, com o Renato Gomes líder do prefeito, o PMDB fazia a cara da oposição. Os vereadores do PP e PMN, com o presidente do primeiro biênio apoiado pelo prefeito, também eram situação nas reuniões que seguiram até hoje. Mas eis que de repente, PT/PV estão ao lado de vereadores do PMDB. Mais ainda, vereadores do PP e PMN apoiando o Caio Dutra do PMDB.

Para quem acompanha as reuniões, há algo de errado nessa composição. Durante várias reuniões, o embate entre Duílio e Caio eram visíveis, apesar do vereador Marcelo Pires sempre trocar olhares com o médico. Os doutores Caio e Euro chegaram a trocar farpas em reuniões, e agora compõem a mesma chapa. Do outro lado, até a junção entre os dois do PT e o PV eram normais, mas a entrada de dois do PMDB bagunçou todo o coreto.

E quem Maroca apoia nesse samba de criolo doido? A chapa apoiada pelo seu atual presidente, mas que tem como candidato seu maior opositor (apesar de nas últimas reuniões não parecer muito com cara de oposição)? Ou apoia o outro lado, que chegou a declarar situação independente na Câmara Municipal. E como votam Gilberto Doceiro, do PMDB, Celso Paiva do PT e Reginaldo Tristeza do PSOL? Serão eles que decidirão a eleição.

E como deve estar fervendo agora aqueles corredores e os bastidores da Câmara Municipal.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Para refletir 01


Está lá publicada na primeira página do Sete Dias, como manchete. A indústria do Gusa começa a sofrer uma nova onda de demissões. Apenas 12 fornos continuam ligados, o que representa menos da metade dos existentes na cidade. De uma só tacada, quase 200 homens perderam seu emprego, em pleno final de ano.

Como dissemos no texto do aniversário da cidade, a economia local começa a dar sinais de fortalecimento, muito por causa da independência ao setor guseiro, que já não é mais o maior empregador do município. Mas ainda é um dos maiores.

E o que vivemos é uma massa de trabalhadores que se veem sem perspectiva, pois em nenhum momento tanto a empresa, quanto o próprio trabalhador, se preocupou com a qualificação. Uma massa sem estudos, que muitas vezes recorrem a bicos, à construção civil e mesmo a sub-empregos para sobreviver, em salários muitas vezes muito inferior, sem a mínima garantia. Enquanto isso, os proprietários das indústrias continuam a viver em suas grandes casas, às custas do desemprego. Eles muitas vezes preferem investir em outros setores, como o gado, fazendas, do que garantir o emprego de uma grande massa trabalhadora. Se o mercado guseiro voltar ao normal, eles voltam a investir em suas indústrias. O que quebra é a empresa, não o empresário. É a lógica do capitalismo.

O município precisa ficar fora dessa lógica cruel, ou, pelo menos, cada vez menos dependente dessa economia que explora o peão - como são chamados os trabalhadores do gusa - polui desenfreadamente o ar e ainda traz pouco retorno social para a população.

Para refletir 02


Continuando nossas reflexões, trago agora aqui para a nossa realidade a atual situação do Rio de Janeiro - aquela cidade realmente linda, mas que passa por um processo complicado e traumático, mas que tem uma causa mais antiga. Aliás, essa causa antiga é que uso para a segunda reflexão.

Para recordar sem livros de história, basta assistir o início do filme Cidade de Deus, película que já se tornou um clássico nacional. Não só pela sua história, mas também pela forma de ser contada. Voltando ao assunto. Lá no início do filme, eles mostram uma realidade vivida na Cidade Maravilhosa, quando os governos retiravam as famílias de suas casas e enviavam para novos bairros, ou Cidade de Deus, então distante das ricas e tradicionais famílias cariocas. Sem políticas públicas, o local foi tomado pelo crime organizado. Hoje o Rio vive sim uma guerrilha urbana, com direito a tamques da marinha.

Um resumo simplificado para chegar onde quero:

Trazendo para a nossa realidade, e sem guardar as devidas proporções, Sete Lagoas começa a chegar a um momento perigoso. A criação de diversos bairros em governos anteriores, como o próprio Cidade de Deus, Bouganville, Belo Vale, Verde Vale, enfim, um sem números de bairros sem muita estrutura e atenção do poder público, se torna um campo propício para a atuação de traficantes, que ainda estão tímidos em relação à ocupação do poder paralelo na cidade. Será que por quanto tempo?

É por isso que não cansamos de bater na tecla, que é preciso uma política séria na cidade. Em vez de investir em policiamento, não seria mais eficiente investir em saúde e educação de qualidade, cultura, esporte e lazer nestes bairros ainda pouco assistidos? É de suma importância o poder público assumir esses locais, antes de virarem um reduto impossível de se penetrar socialmente.

Caso contrário...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que temos a comemorar?

Já se foram 143 anos, e o que temos a comemorar em mais um aniversário da nossa querida Sete Lagoas? Essa é a pergunta que faço nesta data comemorativa. Assim como em nosso próprio aniversário, quando nos pegamos pensando no que fizemos, no que vamos fazer, pontos positivos, negativos, enfim, pensar na vida. Agora, como setelagoano, paro para pensar em nossa cidade, refeltir onde estamos.

Nem é preciso dizer que crescemos. Sim, a nossa população já deve beirar os 230 mil habitantes (o IBGE deverá nos noticiar isso em breve), espalhada em mais de 100 bairros do município. Às vezes nos pegamos pensando: como Sete Lagoas cresceu. Sim, cresceu. Mas cresceram juntos os problemas. A diferença de renda é uma, visível aos olhos. Carrões importados ao lado de bicicletas que mal conseguem carregar seu dono. Cresceu a influência das drogas, dos crimes relacionados à elas, principalmente o crack. Mas isso, alguns dizem, é um mal de todo o Brasil, e não por que dizer, das grandes cidades. Sim, como todos os humanos, temos problemas iguais, compartilhamos com as mesmas chagas. Infelizmente.

Em 2008 tivemos uma eleição de esperança. A população votou no atual prefeito em busca da mudança de poder, que se alternavam as caras e nomes, mas as práticas ainda eram as mesmas. Surgiu uma nova perspectiva, mesmo proveniente de família da alta sociedade. Mas o que vemos nas ruas é uma decepção. Não uma decepção de ter sido igual aos outros, mas sim por não ter sido o que se esperava que seria.

O legislativo, depois de 143 anos parece o mesmo. Mesmo com outras caras. Com raras excessões, são vereadores eleitos através de favores, de doações de cestas básicas, tijolos, consultas médicas, enfim uma infinidade de trocas por votos. Mas quando chegam no plenário, a politicagem parece ser a mesma de dantes.

Mas tivemos sim avanços. Deixamos de ser dependentes exclusivos da produção do gusa, que antes dominava a nossa economia. Se a cidade hoje respira uma sanidade econômica, isso é resultado de uma maior diversidade das atividades, principalmente industriais. Em tempos outros, uma crise como a atual, iria devastar nossa cidade, o comércio. Mas vemos o contrário: o shopping sendo inaugurado.

Ainda há vários avanços a serem feitos, principalmente social. É preciso atitudes concretas, em áreas diversas, como a educação, a cultura, para refletir diretamente na segurança pública, na saúde, no bem estar social.

Mas do alto de onde escrevo vejo uma cidade bonita, como poucas no interior mineiro. Que neste aniversário, eles comecem a pensar mais no conjunto, na cidade e sua população e menos em seus próprios interesses. Se isto começar a ser feito, terá sido o melhor de todos os presentes, muito mais que inaugurações de reformas ou mesmo astiamento de qualquer bandeira.

Parabéns Sete Lagoas. Parabéns Setelagoanos. A cidade é sua.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre a Literata

Antes de começar a escrever este texto, tive que tirar um pouco a poeira, umas teias de aranha... Já tinha tempo que não postava aqui. Desculpe aos leitores.

Mas ontem estive no lançamento oficial da Literata, e não me contenho em comentar algumas cositas do evento. Antes de tudo é de se aplaudir de pé a estrutura preparada pela organização. Coisa profissional, que Sete Lagoas raramente vê. Profissionalismo é a palavra chave de tudo, da pré-produção ao atendimento. Mas com uma ressalva, posso? Achei que não aproveitaram a bela arquitetura do Casarão - apesar daquele caixote branco matar o anfiteatro - o auditório fechado priva os participantes de ver a beleza da construção e viver um pouco o gostinho do interior mineiro. Mas como estamos em época de chuva, tampou-se tudo, nada se vê lá fora.

Mas a cidade vai corresponder? Ai só vendo para crer. No primeiro dia pouco mais de 170 pessoas estiveram no espaço, preparado para receber 500. Tudo bem, era apenas o primeiro dia. Só a título de comparação, a chegada do Papai Noel no shopping, aquele Papai Noel midiático, americanizado, foram cerca de 2 mil pessoas. Fazer o quê? Espero que nos próximos dias a cidade contorne este quadro e deixe aquilo cheio.

Mas como sempre, há aqueles momento de vergonha alheia. Sim, lá houve e tivemos dois marcantes. A serem descritos logo abaixo.

Vergonha alheia 01:
Tem gente que sabe, tem gente que não sabe e tem que seguir o protocolo. O improviso de discurso é para poucos iluminados, que tem o dom da retórica, falam bonito, mesmo que não saibam muito sobre o assunto. Alguém ai poderia avisar para o prefeito Sr. Mário Márcio Campolina Paiva que em eventos deste porte, o melhor seria preparar um discurso escrito e não fazer um improviso mal improvisado? Saiu mal na fita. Fazer piadinha com o problema de gagueira do secretário de cultura e comunicação, Fred Antoniazzy, pode ser engraçado em uma roda informal de conversa, mas não no lançamento de uma Literata, que homenageia Guimarães Rosa. Com tantos assessores na prefeitura, será que nenhum poderia escrever um belo discurso para a ocasião? Há sim ocasiões que o improviso cabe, até mesmo do Maroca, com aquele jeito meio tímido de dizer. Mas não nessa ocasião.

Vergonha alheia 02:
Um certo pseudo jornalista pegou o microfone para anunciar sua grande idéia em prol da cultura na região. Ele combinou com alguns prefeitos das cidades vizinhas que selecionasse os 15 melhores alunos da rede municipal de ensino, que terão direito todos os meses a uma visita ao shopping em Sélagoas e uma sessão de cinema. Claro, afinal, como disse meu nobre amigo Pablo Pacheco (este sim jornalista mesmo), Harry Poter tem tudo a ver com a cultura brasileira. E o pior que o pseudo ainda acha que contava vantagem durante o evento.
É de lascar...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Movimentação estranha

Algo estava estranho na tarde de ontem na Câmara Municipal. O ar nem estava pesado, como dantes, em outras reuniões, mas estava assim um tanto quanto estranho. Terá sido o efeito pós-eleição que deu um banho nos gabinetes do legislativo municipal?

A começar do vereador Caio Dutra. Opositor feroz, ele não mede, ou media, palavras contra a administração municipal. Mas ontem, ele surpreendeu. Foi o primeiro a falar, coisa que normalmente não acontece - ele sempre deixava para o grand finale - teceu elogios e saiu em defesa dos secretários de Obras, Paulo Rogério Campolina, e Planejamento, Flávio de Castro. O primeiro ele elogiou por não ceder as pressões de empreiteiras no caso do hospital regional, e para o segundo, sobre a postura no caso Minha Casa, Minha Vida, que anda com imbróglios na cidade. Manso, com sorriso no rosto, não era o mesmo Caio que estamos acostumados a ver durante as reuniões de terça-feira à tarde no prédio da Lagoa Paulinho.

Outra movimentação um pouco anormal foi a presença estranha de pessoas que há muito nem pisavam na Câmara Municipal. E aqui, falo pessoalmente, que há tempos não as vejo em um mesmo dia e em horário da reunião ordinária. Entraram, quase que no mesmo instante, o ex-vereador Luiz Carlos Oliveira, a ex-procuradora da Câmara, Kelly, e o secretário do prefeito Marcelo (desculpem, mas me falhou seu sobrenome), filho do ex-vereador Pastor Alcides. Da mesma forma que entraram o plenário, rapidamente desapareceram.

O que andará acontecendo entre as paredes da Câmara Municipal? Teria sido apenas coincidência esses fatos tão coincidentes? A conjunção dos signos poderia nos explicar melhor essa junção de fatores em um mesmo dia? Ou estamos vendo coisas onde não tem?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O outro lado

Para não dizer que não publicamos os dois lados, segue abaixo uma nota oficial enviada à esse blog pela assessoria de comunicação do Saae, referente ao texto "De calças curtas".

Abre aspas:
Não houve confronto algum entre servidores e o prefeito. Na realidade, o prefeito Maroca demonstrou atenção e escutou as reivindicações dos servidores do Setor Operacional do SAAE. E, durante a conversa com os servidores, o prefeito teve ao seu lado as presenças do assessor Beto Andrade e do diretor-presidente do SAAE, Ronaldo de Andrade.
Contrário ao que servidores afirmaram na conversa com o prefeito, o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) do SAAE foi apresentado a comissões de servidores da autarquia - tendo em vista a inviabilidade (logística e prática) de o pré-projeto ser apresentado a cada um dos quase 560 servidores.

Gratos pelo espaço,
Sayonara Teixeira e Pablo Pacheco
Comunicação do SAAE
Fecha aspas

Como afirmamos no texto anterior, não estivemos lá. Então temos duas interpretações do evento aqui e para sabermos relmente o ocorrido, precisaríamos de uma terceira visão.

Alguém ai se habilita?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eleições 2012

Ao término das eleições de 2010 há quem especule e comece a pensar do pleito de 2012. Sempre fomos contra e achamos precipitado, mas neste caso a batata chegou quente às nossas mãos, e é preciso passar para frente, antes que nos queime.

Segundo as informações tão quentes quanto a batata, após o resultado do primeiro turno, houve a formação de um bloco com vistas à eleição municipal daqui a dois anos. Eles se auto denominaram de "O Grupo", assim, sem a mínima modéstia que lhes cabem. Pelo que ficamos sabendo, este O Grupo vai indicar um nome para concorrer à cadeira mais luxuosa no gabinete da prefeitura. A do prefeito, é claro.

Mas quem são esses? As informações é de que houve, e ainda há, reuniões de pessoas como Duílio de Castro, atual presidente da Câmara e futuro deputado estadual, Marcelo Pires, ou, Cooperselta, que teria seu nome indicado a presidente do legislativo municipal, e ainda ressusitariam ele, o inestimável, o eterno guru, Marcelo, O Grande, o Cecê. Ainda me consta que há outros nomes, alguns até que andam pelas sombras, atrás de canal de televisão conseguido através de falcatruas e falsificação de assinaturas.

É a junção do passado com o presente dentro do mesmO Grupo. Até onde entendemos, as pessoas tem a total liberdade de se associar, a formar panelinhas. Não há legislação contra. Mas neste caso, se querem dirigir a cidade, que tenham em mãos seus propósitos, claros, objetivos. E não obscuros, como a coisa cheira.