Está lá publicada na primeira página do
Sete Dias, como manchete. A indústria do Gusa começa a sofrer uma nova onda de demissões. Apenas 12 fornos continuam ligados, o que representa menos da metade dos existentes na cidade. De uma só tacada, quase 200 homens perderam seu emprego, em pleno final de ano.
Como dissemos no texto do aniversário da cidade, a economia local começa a dar sinais de fortalecimento, muito por causa da independência ao setor guseiro, que já não é mais o maior empregador do município. Mas ainda é um dos maiores.
E o que vivemos é uma massa de trabalhadores que se veem sem perspectiva, pois em nenhum momento tanto a empresa, quanto o próprio trabalhador, se preocupou com a qualificação. Uma massa sem estudos, que muitas vezes recorrem a bicos, à construção civil e mesmo a sub-empregos para sobreviver, em salários muitas vezes muito inferior, sem a mínima garantia. Enquanto isso, os proprietários das indústrias continuam a viver em suas grandes casas, às custas do desemprego. Eles muitas vezes preferem investir em outros setores, como o gado, fazendas, do que garantir o emprego de uma grande massa trabalhadora. Se o mercado guseiro voltar ao normal, eles voltam a investir em suas indústrias. O que quebra é a empresa, não o empresário. É a lógica do capitalismo.
O município precisa ficar fora dessa lógica cruel, ou, pelo menos, cada vez menos dependente dessa economia que explora o peão - como são chamados os trabalhadores do gusa - polui desenfreadamente o ar e ainda traz pouco retorno social para a população.
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