terça-feira, 18 de março de 2008

Mais sobre profissionais e profissionalismo

No último final de semana recebi em minhas mãos mais um desses jornais que aparecem do nada em Sete Lagoas. Aliás, é o segundo, sem contar com aquele que chegou a ser veículado, de um movimento político que se diz independente. Em ambos os casos, fico ruborizado com as vergonhosas coisas que se publicam, em nome do jornalismo.

No primeiro caso, o jornal é visivelmente comercial, em que várias prefeituras publicam propaganda. Na edição que peguei, que me parecia especial, havia homenagens à esses prefeitos. Uma homenagem a cada um, que ia desde o "Prefeito Ponte", que deve ser por ter construído uma ponte, até outros nomes como "Prefeito Feliz". Algo que me arrepiava de mal gosto e picaretagem. O "editor" do jornal se diz profissional em marketing político, mas até onde sei, nunca sentou em um banco de faculdade, o que diria então em uma especialização em marketing político. O jornal é uma cópia mal feita de outra publicação semanal, feito por um jornal mineiro de grande veiculação, em que até o nome é copiado.

E com isso me pego pensando. Para quê raios então eu frequentei por quatro anos a faculdade de comunicação, com ênfase em jornalismo? Foram anos em frente à um quadro e textos, adquirindo conhecimento, em disciplinas como Teoria da Comunicação, filosofia, sociologia, antropologia, história geral e contemporânea, história da arte, fotografia, cinema, TV, jornal impresso, dentre outras. Tudo para entender melhor o mundo contemporâneo que vivemos, com suas transformações e suas estruturas, e no final das contas não escrever besteira nos meios de comunicação. E me pergunto, para quê? Se posso fazer picaretagem sem nunca ter estado dentro de uma faculdade. O que desanima é ver que as pessoas ganham dinheiro em cima de uma profissão séria, sem mal saber o que fazem. E pior, ainda tiram emprego de quem é profissional.

Outro jornalzinho distribuído foi aquele assinado pelo movimento político independente. Não estou aqui para defender o atual prefeito, mas sim defender a transparência das informações. O jornal denunciava o atual prefeito por nepotismo, entre outras coisas. Não discuto a validade social das denúncias, mas a partir do momento que elas são feitas anônimamente, sem nem mesmo citar fontes, essas informações ficam inválidas. De onde saíram esses dados, quem as informou? E quem assina o tal jornal? Só assim poderemos dar credibilidade ao informativo. Dêem às caras, para que possamos te conhecer, ó nobre editor do jornal... Publicar algo anônimamente, é a maior falta de respeito com qualquer leitor que seja.

Pobre da população de Sete Lagoas. Este será o tom da campanha política das eleições de 2008. Saibam filtrar bem essas informações, caro leitor/ouvinte, de ambos lados, para que seu voto se torne mais consciente.

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