Há um bom tempo acompanho as reuniões da distinta Câmara Municipal de Sete Lagoas e venho percebendo que existe uma mistureba ali dentro. Ou se preferirem, um engano daqueles fundamentos de nossas leis, principalmente da Constituição. Não são poucas vezes que assisti vereadores misturarem em suas defesas argumentos religiosos, como forma de justificar suas falas. Alguém ali pode dizer a eles que o Estado é laico?
"Laico adj.s.m. 1 que ou aquele que não pertence ao clero nem a uma ordem religiosa; leigo 2 que ou aquele que é hostil à influência, ao controle da igreja e do clero sobre a vida intelectual e moral, sobre as INSTITUIÇÕES E OS SERVIÇOS PÚBLICOS 3 que é independente em face do clero e da Igreja." Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Ao que me parece, alguns daqueles vereadores se esqueceram que a vida seguiu, que não vivemos mais em pleno século XVIII (18, caso eles não saibam ler em algarismos romanos), não existem mais feudos e que há muito o poder foi separado da Igreja. Mas não, alguns ainda insistem no discurso religioso. Na última reunião foi o caso do Sr. Gilberto Doceiro, que aproveitou seu momento de comunicação pessoal para falar de um evento que aconteceu na cidade com o objetivo de combater a violência sexual em menores. Em vez de se apegar aos preceitos legais, que regem este tipo de crime, o vereador usou a palavra para pregar, usando ainda a Bíblia como referência, não a Constituição ou o Código Penal.
É de lascar.
É preciso informar não só à ele, pois Gilberto aqui é usado apenas como um exemplo, que o cargo que exerce não é dele, mas sim como representante do povo no poder público, que como visto lá em cima, é laico. Muitos deles usam sua religiosidade para conseguir votos, influenciar a vida política. O primeiro passo foi dado com a retirada do crucifixo da parede da Câmara. O próximo será a interrupção da leitura de versículos antes das reuniões e a substituição da Bíblia pela Constituição Federal.
Mas acho que ai é pedir muito.
ENTREVISTA COM A PROFESSORA MAIRY
Há uma semana
3 comentários:
Enquanto isso Serra e Dilma também se curvam diante da igreja. Ambos praticando, cada um a seu modo, uma política covarde frente ao aborto, que faz tantas vítimas no país. Os princípios foram deixados de lado, que venham os votos religiosos e o obscurantismo.
Realmente. E se eu fosse ateu? Votaria em quem?
Na questão do aborto, a não legalização, ou não consideração de uma questão de saúde pública, na minha opnião se deve ao fato de que, existem milhões em filas esperando um rim e um coração, que podem ser prejudicados.
Mas até hoje, espero essa bendita separação e exclusão da religião no Estado, e a inclusão de homossexuais em todos os direitos dos heterossexuais.
Enfim. Até hoje não sei pra que lado eu vou. :s
Não espere que um burro fale de outra coisa, que não seja capim. É inegável a influência da religião, moral, ética e costumes na elaboração das leis, mas é inegável, que hoje em dia, a Bíblia atraia muito mais olhares, que a constituição. O que é uma pena, porque o próprio Jesus disse : A César o que é de César, a Deus o que é de Deus. Separando os assuntos temporais dos celestiais. Por desconhecer a constituição o povo engole sapo, talvez do lado de lá, espero, não existam edis, nem hipócritas, muito menos demagogos.
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