Ahhh, o silêncio. Terminadas as eleições, a cidade volta ao seu ritmo normal, sem carros de som com jingles passando nas ruas a cada milésimo de segundo, sem os horripilantes cavaletes imundos nas ruas, sem panfletagem, sem bandeiraço. Decidiu o que era para ser decidido. Podemos então voltar às nossas vidas insignificantes, sem telefonemas gravados para mostrar que seu candidato é melhor que o outro?
Mas e a vida política da cidade? Como fica? Sabemos de uma: o Doutor Ronald, o João, não o Cana Brava, ficou sem cargo público. Saiu da prefeitura para assumir uma cadeira na assembléia, lançou novamente seu nome às urnas, e apesar da votação - cerca de 30 mil votos - não conseguiu ser eleito. Agora nem é vice-prefeito, nem deputado. No máximo, segundo suplente. Esperamos que não tenha depressão pós-eleição. Outros que também ficaram a ver navios foram Cesar Maciel (1189 votos), Élson da Copafer (1474 votos), Leonardo Barros (1175 votos), para ficar nos candidatos à Assembléia. Já para a Câmara em Brasília, Silvio de Sá obteve 6,5 mil votos.
Mas temos casos que prefiro comentar em separado. O primeiro é sobre a votação da Carol Canabrava, filha do Ronald, este sim, o Cana Brava. Ela obteve exatos 4.162 votos. De duas uma: ou se comprovou que voto não se herda, ou que Ronald não está com o prestígio assim lá nas alturas. Ele ainda terá a desculpa de que não foi seu nome que estava na disputa. Vamos ter que esperar mais um pouco para saber o julgamento final da população.
Já sobre os candidatos à federal, destaca-se que Márcio Reinaldo obteve mais votos que Eduardo Azeredo, logo este, ex-Senador, tão prestigiado em outros governos. A popularidade do Aécio pegou em Itamar, mas quase não pega em Azeredo.
E para a cidade? Maroca tem o aliado Anastasia reeleito no primeiro turno. Ambos do PSDB, ambos ligados. Com isso, facilita o acesso aos programas estaduais. Ainda teve Duílio de Castro eleito, presidente da Câmara, apoiado por ele. Se não teve o Ronald João, teve Duílio.
E por final, falemos da eleição majoritária. A Onda Verde não se transformou em Tsunami, e no máximo conseguiu levar a disputa final para o segundo turno. Claro que a Marina e seu PV saem prestigiados do pleito. Fato. Mas agora, é conhecer quem ela vai apoiar. Vai negar seu passado e suas raízes de esquerda e apoiar o tucanato paulista de Serra ou vai voltar às origens no PT? Ou não vai apoiar ninguém e ficar em silêncio?
Esperemos os próximos dias.
ENTREVISTA COM A PROFESSORA MAIRY
Há uma semana
4 comentários:
Marcão, discordo de você, o PV mostrou que vai subir no ranking,19% é muito voto e o principal motivo disso, além da conscientização com as causas ecológicas, é o cansaço com a política tradicional, representada pelo Serra e Dilma. Pode apurar pra nós o tipo de eleitor da Marina? Aposto que vai ser, pessoas com até 45 anos, com no mínimo segundo grau completo, classe média, empregado e que lê pelo menos um jornal semanalmente.
Stéfano,
parte do eleitorado da Marina pode ser sim a classe média insatisfeita com as propostas Dilma/Serra. Pelo menos foi o que constatei nas discussões que participei.
Mas tem muito mais além disso. Existe, isso não pode se negar, a parcela dos evangélicos (a Marina Silva é evangélica). Infelizmente, as propagandas contrárias à Dilma (não as oficiais, mas aquelas do mercado paralelo), acusavam a Dilma e o PT serem a favor do aborto, legalização do casamento entre homosexuais). Eu mesmo recebi dezenas de emails com esse conteúdo.
O crescimento da Marina foi uma conjunção de fatores, e não se pode colocar apenas essa questão do eleitorado classe-média.
Eu mesmo, que leio mais de um jornal por dia, revista semanal (Carta Capital, não me venha com Veja), blogs, não votei na Marina...rs
Acho que ainda estamos longe de determinar o perfil do eleitorado da Marina. E é bom enfatizar, da Marina, não do PV.
Abs
Adoro seu jeito de escrever. E tô achando que a Marina vai ficar praticamente calada.
Sofia,
muito obrigado pelo elogio. Espero continuar com sua leitura, e poder te ajudar na decisão da carreira...rs
Sobre a Marina, ela já deu claros sinais que não vai subir em nenhum palanque no segundo turno. Ou seja, não apoia ninguém.
Bj
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