quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um dia para ser esquecido

Como é bom ter um dia após o outro. Principalmente depois de um dia que vai ficar marcado na cidade como um dos mais vergonhosos na política das nossas Sete "Bananas" Lagoas. Dia que vai ficar manchado com uma das mais baixas eleições para a mesa da Câmara Municipal. Nesta última terça-feira, parte dos vereadores se mostraram até onde vai uma baixaria na política da cidade. E olha que já cobrimos a cassação de um prefeito, duas eleições municipais, e diversos outros eventos que poderiam competir em pé de igualdade com o dia de ontem. Mas, na nossa simplória avaliação, a terça-feira, dia 30 de novembro de 2010, tenha chegado ao extremo.

A começar com a estranha composição de chapa (vide texto anterior). Nada se encaixava, até que os bastidores começassem a surgir. Vamos lá tentar recuperar a história. Até então havia fechado em torno de oito vereadores a composição de um chapa, que teria vitória garantida, que seria a chapa encabeçada por Toninho Rogério. Paredão, em sua coluna de hoje, desenha bem como foi composto o jogo das negociações internas, com João Pena pedindo secretaria (só não cita onde ou qual). Era de conhecimento que a outra chapa, tinha como nome certo a presidência: Milton Saraiva. O que nos contaram, nas internas, é que a chapa que teria Milton, Marcelo e Euro já tinham perdido a parada e para tentar virar o jogo, começaram a convidar vereadores "do outro lado" com cargos na mesa. Onde teria aceito Caio Dutra. Mas Caio, aceitou apenas com uma condição: apenas como presidente. Foi onde ficou composta a chapa. Milton ainda revelou que havia colocado seu nome na chapa, mas que os planos é que no momento da eleição, seria substituído por Celso Paiva. E o pior, tudo com anuência do prefeito, Mário Márcio Campolina Paiva, Maroca.

E o circo foi armado. Sabedores que a chapa, que ainda contava com o atual presidente Duílio de Castro, não tinha chances de vitória, se armou um verdadeiro picadeiro para tentar manipular a eleição. Caio Dutra, pediu uma questão e ordem e apresentou um requerimento adiando a votação. Ele alegava que a resolução 1067/2010, que propunha a eleição, tinha divergências com o Regimento Interno da Casa. Dados complicados esses. O Regimento Interno regulamenta que o registro das chapas devem ser feitas até 24h antes da eleição, marcada para as 18h. Já a resolução previa que as chapas deveria ser registradas até as 17h de segunda-feira. Com isso, Caio pedia a suspensão, por as duas se confrontarem, até que o Procurador desse uma solução final. Foi quando a coisa pegou fogo. Outro argumento usado por ele é de que como a sua chapa foi registrada às 17h45, ele já supunha que se saísse vencedor, a outra chapa iria pedir impugnação.

O Grupo dos 8, que na verdade já eram 7, declararam que a coisa ia "pro pau" se houvesse manobra. Acuado, o presidente Duílio começou a deliberar visivelmente em prol de Caio Dutra. A rádio corredor informou a este blogueiro que o presidente Duílio de Castro havia dispensado o procurador da Casa antes do início da reunião. Realmente Fernando Roque não acompanhava a reunião do plenário, o que pode confirmar essa informação. A coisa ficou feia em plenário, e Duílio, como dissemos, acuado, chamou todos os 13 para uma conversa a portas fechadas em seu gabinete. Apesar de protestos de certos vereadores, que queriam a conversa aberta ao público, eles acataram o simplório convite, onde ficaram por quase 30 minutos, fechados, sem dar notícias. Algumas vezes saía um ou outro, e notícias até que a polícia foi chamada.

Mas ao final de tudo, os 13 saíram com uma expressão pesada, mas que logo foi amenizada com um discurso conciliador de Caio Dutra, que retirava sua candidatura e pedia aos demais de sua chapa a fazer o mesmo em prol de Toninho Rogério. A reunião terminou em tom ameno, com a eleição do novo presidente por unanimidade. Pelo menos na teoria, pois na prática, a coisa deve ser outra.

Essas artimanhas demonstraram até onde os políticos locais vão a favor de seus interesses e pelo poder. Caio retirou sua candidatura depois que viu que não tinha chances, assim como os demais. Arquitetado pelo tal o Grupo, eles saíram derrotados dessa primeira batalha. Um dos membros mais fortes da rádio corredor já deu seu diagnóstico: "Os vereadores saíram unidos da eleição, e devem apontar o canhão para outro lado agora", apontando para a prefeitura.

Agora é ver até onde vai o espetáculo do circo armado. Me parece que só começou, e que os palhaços até então, é a própria população.

4 comentários:

Narinha disse...

Oremos,pois.

Cinesio Rocha disse...

[Patere legem, quam ipse tulisti.]
(El que hace la ley debe observarla.)
{Chi fa la legge, la serva.}
Quem faz a lei, deve observá-la.

Stefano Venuto Barbosa disse...

Caríssimo blogueiro,

ainda assustas com a vereança? Por acaso tiraste férias na lua? Seven Lakes City é um grande mercadinho de escambo, se precisar vender a mãe pelo poder, colocam a véia na balança. Nobre amigo, senta e espera, que algo mais podre sempre vem, tu não sabes do que os nobres edis são capazes.

Renato disse...

Marcão, não entendi sua surpresa com tal gente.