quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pena, mas não vamos cumprir a Meta




É amigos, uma pena, mas pelo que temos visto e ouvido há alguns anos e, sobretudo nas últimas semanas e nesta quarta-feira pela manhã, Sete Lagoas não vai cumprir a Meta 2010 de despoluição do Rio das Velhas. Para quem não sabe, atualmente estamos em segundo lugar na lista das cidades que mais poluem o tão sofrido Velhas. E ficaremos em primeiro tão logo entre em funcionamento a ETE do Onça, na capital mineira. Ou seja, trocando em miúdos, Sete Lagoas será o município que mais "gerda" joga no tal rio, através do Ribeirão Jequitibá via os afluentes daqui.

O que mais impressiona e nos deixa a cada dia mais céticos quanto ao cumprimento da Meta é que, há anos, muito pouco ou quase nada foi feito para atingi-la. O SAAE, autarquia responsável pelo saneamento básico setelagoano, foi dilapidado e toda vez que tentaram conserta-lo, o coitado do diretor presidente foi defenestrado - não vamos entrar neste mérito porque senão ficaremos escrevendo aqui até "chico chegar da lenha". Agora, mais um que tenta colocar o trem nos trilhos sofre pressão de tudo quanto é lado e, alheia a isso tudo, a questão de despoluir o Rio das Velhas fica relegada a segundo plano.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Laírson Couto, que participou de debate no anfiteatro do Casarão, quarta-feira, junto a membros do Projeto Manuelzão e da Expedição Velhas 2009, falou o que todo mundo sabe. O SAAE não tem nem 1 centavinho sequer para investir na construção da ETE do Matadouro. Mas ele deu uma informação importante. Em 2007, quando o ministro das Cidades, Márcio Fortes, esteve aqui, o Governo Federal liberou dinheiro para investir no saneamento, mas a administração da época - prefeito Leone Maciel - achou mais importante investir para trazer água do mesmo Velhas para abastecer Sete Lagoas. Ou seja, queremos beber a água do Rio, mas ao mesmo tempo vamos sujar a que outros bebem, mais abaixo.

O próprio Laírson cobrou mais apoio do Governo Estadual para tentar, junto ao Governo Federalm recursos da ordem de R$ 50 a R$ 60 milhões para construir a ETE. Lembrou que o governador é do partido do prefeito Maroca - o PSDB - mas que muito pouco a administração estadual tem feito para intermediar a chegada destes recursos. O secretário tá certo, o SAAE não tem poder de investimento, mas quiseram que ele permanecesse, então, onde estão os defensores da autarquia, aqueles que na tribuna da Câmara, nas incansáveis audiências públicas bradava, "o SAAE é nosso"?

Pena, novamente seremos manchete negativa nos jornais da capital daqui há algum tempo. Quem vai resolver esta questão toda? Maroca, Aécio Neves, a nova frente de defesa do Meio Ambiente da Câmara, nós o povo? Isso não sabemos, o que está aí é a realidade, nua e crua, de que 100% do esgoto é coletado, mas cerca de 10% é tratado...o resto é "josta", pura, nos rios e córregos. Para finalizar, uma questão tão importante como esta da Meta, da despoluição, e uma participação pequena da sociedade no Casarão. Inclusive faltou o próprio prefeito.

8 comentários:

Anônimo disse...

Completando as informações de "No Prelo", foi a ausência do Diretor Presidente do SAAE! Mas uma vez perdendo uma boa oportunidade de apresentar os "Projetos" e conversações com orgãos que podem financia-los!

Conforme noticiado em praticamente todos os jornais da cidade, o Saae iniciou a caça às bruxas dos inadimplentes. Ou seja, assalariados moradores de bairros pobres da cidade, que tem dificuldades principalmente em meio ao desemprego que toma conta da cidade, tiveram o fornecimento de água, indispensável a manutenção da saúde e a vida, interrompido.
Uma sugestão para o "Douto" Senhor Ronaldo Andrade é que ele dê continuidade ao programa de corte iniciado semana passada Sim. Mas que NÃO se esqueça de incluir áreas nobres da cidade em sua programação.
Isso sim aumentará os centavinhos do Saae rumo aos centavões das ETEs da cidade.
Ou terá medo (ele) de ver e ouvir felinos (GATOS) miarem por toda Sete Lagoas e região?

Paulo do Boi disse...

Caros Jornalistas blogueiros. (Corajosos e idealistas)

Parabéns pela abordagem!

Em uma fazenda perto do rio, havia um fanzendeiro que plantava bananas e ali perto o seu vizinho criava gado. Os dois eram inimigos e um dia decidiram por fim na briga. O fazendeiro que plantava bananas mandou de presente para o criador de gado a melhor penca de banana de sua plantação, no entanto, o que recebeu o presente, se sentiu ofendido pensando que estavam lhe chamando de macaco. Assim ele devolveu, na mesma caixa, embrulahdo em presente, um saco cheio de bosta de boi para o plantador de bananas. Em cima da caixa tinha um bilhete dizendo:
-Só abra quando estiver com a família reunida na hora do jantar. O homem chamou toda a família em um jantar especial e abriu a caixa. Quando viram que se tratava de bosta, juraram vingança e morte. O plantador de bananas embrulhou a caixa, pediu silêncio e disse:
- Cada um dá para o outro aquilo que tem de melhor dentro de si.

O que será que estamos dando para o segundo rio mais importante do nosso estado?

Alô leitores do blog (só gente boa, fina,conscientes e politizados)
VAMOS MOBILIZAR E SOLICITAR QUE OS AGENTES POLÍTICOS DE NOSSA CIDADE PARA BUSQUEM VERBAS ONDE FOR PARA CONSTRUIR A ETE?

Atenção!!
Indústrias poluidoras da bacia do diogo que desagua no matadouro, que desagua no chaves, que desagua no velhas.(corrente de aguabosta)A EMBRAPA/Sete Lagoas tem uma estação de tratamento de esgoto,ETE, lá dentro. Vamos copiar!Fazer igual! Imitar! Ou mesmo Fazer melhor!

Um abraço!

Stefano Venuto Barbosa disse...

A Laticínios Trevinho é um exemplo de indústria limpa, tem um projeto ambiental modelo, seria legal o Prelo ir dar um olhada. Essa metalidade predadora está impregnada aqui em Sete Lagoas, muito por causa das siderúrgicas, que sempre deram desculpa de ser a principal geradora de empregos e impostos para o município, com raríssimas empresas que trabalham na lei.

stefano disse...

Caros jornalistas,
tenho um xará aí. Sou engenheiro de minas e já participei da Secretaria de Meio Ambiente. Faço um comentário a respeito da matéria publicada: o projeto de captação do Velhas foi elaborado à época da gestão de Lairson Couto no SAAE com a consultoria SANAG e quase levado à concretização na gestão passada; para mim, destaca a inoperância e o comodismo deste município frente aos gigantes desafios ambientais. Ainda, a população está totalmente desinformada sobre este elefante branco, e saibam, que NÃO existe no país algo semelhante. O tão propalado estudo hidrogeológico, fruto de esforço pessoal, que é verdadeiramente o puxão de orelha, está sendo reorientado para captações subterrâneas no chamado embasamento cristalino, ou seja, tirar água de pedra, com poços de custos elevados, e novamente finge-se que a situação "não é nossa responsabilidade". Finalmente, a ETE, também projeto da consultoria é um arremedo de técnicas de tratamento de efluentes (por favor, visitem Ribeirão Preto)e se não houver um trabalho sério e responsável de despoluição da bacia contribuinte, incluindo-se indústrias, serviços, etc. este "equipamento" proposto não será eficiente (como não é), em função das condições extremamente adversas e inconstantes dos parâmetros físico-químicos lançados nas redes coletoras.

abraço e parabéns. stefano

Anônimo disse...

Editores,

Que bom estarmos restaurando a troca de idéias em nossa cidade, sobretudo respeitando os donos das opiniões.

A democracia é uma construção lenta, mas contínua e progressiva. E retomar esta construção neste momento pode significar o nascer de um sentimento local que possibilite concretizar as reformas que necessitamos.

Discutir é saudável, desde que não nos sintamos nunca os donos da verdade. Pois a verdade não tem dono e é fragmentada.

Alias, nunca se viu nesta cidade um movimento pró ambiental que fortalecesse tanto em tão pouco tempo. Credito a razão disto a uma simples e essencial mudança de conduta social: As pessoas passaram a se ouvir e juntas a exigir mais.

O fortalecimento das ideias ambientais acompanha, na minha opinião, o desenvolvimento das relações entre as instituições e pessoas ambientalmente preocupadas.

Oxalá não seja esta apenas uma tendência da estação.

Cordialmente,

Amaro Marques

Anônimo disse...

A Coopersete, que industrializa derivados de leite com a marca SETE, também possui uma ETE dentro da sua industria e não polui o Córrego do Diogo.

Renato disse...

Num esquentem não, vão reformar o istádil de futibol. Vai ficar tudo bunito, ighal cidade grande.
Êita gente muderna!

Alessandra disse...

Caros Jornalistas

Meu nome é Alessandra, sou advogada especialista em Direito Ambiental e gostaria comentar, se me permitem, o post.

A Meta 2010 é precisamente: navegar, pescar e nadar no rio das Velhas, em sua passagem pela região metropolitana de Belo Horizonte, até 2010.

Assim, proponho uma visão mais crítica sobre o assunto, e não dizer simplesmente "Pena, mas não vamos cumprir a Meta 2010".

Quando esta meta foi estabelecida pressupunha uma ação conjunta e coordenada entre as esferas dos governos, sociedade civil organizada e a população em geral.

Mobilização e participação social são pressupostos fundamentais para o bem êxito deste Projeto, assim considero que parte desta responsabilidade é nossa...pois somente agora "no apagar das luzes" estamos partindo para uma cobrança efetiva de ações do Governo Local, como que colocando a faca no pescoço daquele que há apenas 05(cinco) meses é responsável pela Gestão Pública Municipal, devendo o mesmo responder por mais(põe mais nisso)de 05(cinco) anos de apatia e descaso com a situação do tratamento do esgoto.

Não quero de forma alguma justificar a contribuição negativa de Sete Lagoas para que a Meta 2010possivelmente não seja alcançada, ou seja,o enquadramento das águas do Rio das Velhas no trecho compreendido entre Itabirito e a foz do Ribeirão Jequitibá, na classe II.(águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, a atividades de lazer (natação, mergulho), à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e à criação de peixes, muito antes e pelo contrário, isto é motivo de grande vergonha para nós sete-lagoanos.

Todavia, os que podiam ter feito alguma coisa para essa trajetória de insucesso não fizeram, e chorar sobre o "leite já derramado", como diz minha mãe, não adianta... Precisamos de ações concretas...já!

Consideremos a situação atual, e pensemos no que é possível realizar a partir de agora...concordo com o comentário do "Boi" quando diz "vamos nos mobilizar..."

Se não será possível concluir a construção da ETE para tratar o esgoto, que salvo engano está prevista para ser construída nas Areias, até 2010, o que pode ser feito agora???? Quais as alterantivas? Onde há disponibilidade de recuros de fianciamento? Parceria Público-Privada? Copasa? Recuperação do SAAE?(na minha opinião totalmente viável técnica e administrativamente, mas totalmente inviável se mantidada a política adotada em administrações anteriores)
Vamos cobrar metas/prioridades, estabelcer um plano e cronograma de ações e acompanhar de perto a atual Administração Municipal.

Uma sociedade organizada, que tem capacidade de mobilização e está disposta a sair para luta será o diferencial para o desenvolvimento sutentável de nossa cidade...

Aproveitemos esta anunciada mudança de mentalidade política, em que o patrimonialismo e a conduta patriarcal prometem dar lugar a uma gestão democrática e voltada para o interesse coletivo, para atuar e agir em prol da nossa cidade.

Deixo claro, que não se trata de demagogia mas de uma constatação pessoal, de uma servidora pública municipal com 15 anos de serviço...

Ah!!A postura deste blog possibilita a participação e debate saudáveis... Parabéns!!

Alessandra Lisboa