segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Não tem nada a ver...


mas vamos comentar assim mesmo, afinal, o blog é nosso espaço aberto para qualquer tipo de assunto. Segundo reportagens, 40 pichadores invadiram a 28° Bienal de São Paulo, e picharam as paredes da galeria vazia da exposição. De novo volta toda aquela velha discussão: pichação é arte ou não?

A resposta neste caso não será respondida, afinal cada um tem a sua impressão do que é arte, e defendo profundamente essa questão livre de que qualquer um pode ser seu próprio crítico de arte. Então, se pichação é arte não será respondida, o que faço a escrever este texto?

A reflexão é sobre justamente a ação do Pichadores X Bienal. A exposição deste ano já ficou apelidada de Bienal do vazio, justamente por deixar um andar inteiro do prédio sem nenhuma obra ou peça, e que para quem não conhece, podemos dizer que é um espaço bem grande vazio. O que quer realmente dizer isso? Será que devemos refletir que o espaço em branco está mais expressivo que se chama de arte contemporânea? A arte está em crise? Não creio que a arte está morta, mas ela justamente ultrapassou os limites das paredes das galerias de artes e tomaram as ruas. Para ser uma peça de arte, não se precisa mais estar exposto em uma galeria, com luzes especiais, guardada por aparatos de segurança e avaliada por milhões de dólares.

Mas se de um lado a arte saiu para as ruas, outro tipo de arte, criada nas ruas, começa a invadir o velho sepulcro artístico, as galerias. E no final tudo vira arte. Ou não.

Mas este escriba defende profundamente a ação destes pichadores, querendo o leitor concordar ou não. Se a intenção da organização era justamente polemizar a arte, estes "vândalos", como alguns os chamam, captaram mais o espírito da coisa do que muitos entendedores de arte, os especialistas de plantão. E cá entre nós. Será que isso não foi até uma forma dos curadores abrirem a bienal de uma forma polêmica? Se não foi, pelo menos a bienal começou de uma forma glamouriosa, melhor do que nos últimos patéticos anos.

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