segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sobre crimes e drogas

Mas depois da reflexão sobre a Bienal e suas pichações, vamos voltar ao nosso próprio umbigo mais uma vez. Terminamos o fim-de-semana trágico, com um duplo assassinato na praça da bairro JK. Ninguém ainda foi preso até o momento da redação deste texto, não há suspeitos oficiais, e nenhum motivo aparente.

Mas pelo estilo do crime, em que dois irmãos foram assassinados sem nenhuma dó em frente a um bar da pracinha, leva-nos a crer em algo relacionado às drogas. Não estamos afirmando que seja ligado ao tráfico, mas o perfil é bem parecido com o tipo de crime, com execução no meio do povo. A própria polícia admite que uma grande parte dos assassinatos ocorridos em Sete Lagoas estão ligados ao comércio de drogas.

E ai nos leva a uma reflexão. As drogas não levam as pessoas mais somente por excesso, por overdose, mas também por dívidas e acerto de contas, ou mesmo acupação de pontos de vendas, vulgarmente conhecidos como bocas. Onde será que tudo isso está chegando?

São crimes que a cidade não conhecia há pouco mais de 10 anos, e que tiveram uma escalada nos últimos anos. E a omissão dos órgãos competentes, pode agravar ainda mais a situação. Não apontamos o dedo penas para as Polícias, mas também para o poder público. É preciso ocupar estes espaços vagos, deixados de lados pela sociedade organizadas, antes que isso seja feito pelos traficantes, o que já começa a acontecer. E foi assim que o Rio de Janeiro, e outras demais capitais, chegou no que está hoje.

É preciso uma política séria e real de programas que atendam essas comunidades mais carentes. E quando falamos de comunidades carentes, não falamos apenas de recursos monetários ou de posses, mas de carência de opção de lazer, de atenção do próprio poder público. É preciso investir além do óbvio básico, a educação e saúde, mas também na cultura, com eventos abertos e gratuitos, com artistas do próprio local. Oficinas e aulas de artes, música, teatro, e o que mais for possível. Não adianta apenas o Proerd, que é uma ação que dá resultado, mas não resolve. Assim como o Olho Vivo, que vai apenas deixar seguros os comerciantes que pagaram por ele. A periferia da cidade ainda estará esquecida.

É PRECISO URGENTE QUE NOSSOS RESPONSÁVEIS, PODER PÚBLICO, POLÍCIA E SOCIEDADE ORGANIZADA OCUPEM ESTE VÁCUO. É PRECISO QUE ALGO SEJA FEITO, ANTES DE FICAR UMA SITUAÇÃO INCONTROLÁVEL.