segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vão esperar morrer quantos?



Mais uma vez o trânsito de Sete Lagoas serve de tema para No Prelo. Não, não iremos abordar o cenário caótico que toma conta da cidade, e que agora não respeita mais nem os horários de pico, mas sim de um trecho específico de nossa malha viária: o Viaduto da Avenida Norte Sul - para que nossos leitores se situem, o apelidado "Viaduto do Náutico".

No último final de semana mais um jovem perdeu a vida naquele ponto da Avenida. Um motociclista de 21 anos, que trabalhava em uma siderúrgica e que nos horários vagos fazia bicos como mototaxi para aumentar a renda, foi atingido por um veículo cujo motorista, que seguia em sentido contrário, perdeu o controle da direção, rodou, invadiu a outra pista e "colheu" a moto.

Vão esperar morrer quantos para tomarem uma atitude decente quanto ao Viaduto da Morte? Vão esperar quantas pessoas se acidentarem para terem a noção de que apenas placas com limite de velocidade e pinturas "de tinta guaxe" na pista não adiantam para resolver o problema? Não sabemos se foi erro de cálculo - não somos engenheiros -, se barreiras nas laterais e no meio da pista ou se radares com registro de velocidade vão diminuir os riscos.

O que temos a noção e a consciência é de que alguma medida tem que ser tomada ou vão continuar morrendo pessoas naquele ponto da Avenida Norte Sul. Não adianta vereador ou político que seja liderar manifestação ou fazer "pedido de providência" na tribuna para ver se algo é realizado, porque a grande parte destes pedidos não têm resultados práticos - a não ser limpeza de rua e tapa buraco, o que é uma obrigação da Prefeitura e não favor de parlamentar.

Enquanto isso, a cada semana uma nova ocorrência é registrada e uma nova família chora a dor de uma morte. Até quando?

(Na foto que abre o post, flagrante de um dos vários acidentes registrados no "Viaduto da Morte". A foto é do nosso companheiro Davidson Padrão, da Revista Hobby. Vale a pena ler!)

5 comentários:

Stefano Venuto Barbosa disse...

Pelo que ouvi, esse trecho foi alterado no projeto oficial da avenida, entre as várias histórias ouvi que mudaram o trajeto atendendo pedidos de um poderoso de SeVen Lakes City, para evitar a desapropriação de um terreno. Eu acho que as famílias dos acidentados ali, deveriam procurar a justiça, porque claramente existe um erro pontual de engenharia naquele trecho, O Estado tem que responder por isso.

Anônimo disse...

Não é o caso de procurar culpados no passado. Chega disto. É hora de tomar medidas no presente. O Blog diz as soluções. Defensas de concreto no canteiro e nas laterais e lombada eletrônica antes da curva com limitador de velocidade. Não custa tanto assim e ainda dá retorno com as multas que a prefeitura vai arrecadar dos infratores. Falta é decisão administrativa e vontade de fazer. O problema é que isto é tudo que falta nesta administração municipal completamente inoperante.

Anônimo disse...

Uma vez, em Sete Lagoas, um rapaz com cerca de 20 anos morreu afogado no Corrego do Diogo. O taxi que o trazia de BH foi puxado pela força de um enxurrada para o leito do seu curso. Fato acontecido em frente a Rodoviaria. O pai do rapaz ficou desesperado e até hoje culpa o ex-prefeito Ronaldo Canabrava. O garoto era filho único.

Na curva da morte já morreram gente na gestão do Leone e, agora, do Maroca.

Francisco (Prof. Chicão) Neto disse...

Eles, as autoridades não querem "gastar" no transito e acham essas medidas pouco eleitoreiras.
Deveriam tomar consciencia que parentes e amigos deles trafegam pelo local diariamente, quer seja por cima do viaduto, quer seja por baixo indo e voltando dos bairros adjacentes e do Clube Náutico e uma hora a casa cai e o raio que só caia na caso do vizinho certamente vai cair na cabeça deles.
Já trabalhei em Transito e nunca tive apoio de muitas pessoas, somente de um delegado, de dois capitães da PM e um secretário.
Reconheço que nunca me deixaram fazer nada de grandioso e nem uns tachões (olho de gato) pude colocar perto daquela curva, mas na época não tinha mortes.
Agora o fato me me intriga é que se a curva foi planejada assim, ou mudaram a trajetória para economizar e tiraram suas proteções laterais, além disso não há retorno eficiente no local, pois o viaduto ficou sem duas alças (entradas e saidas).
Mas, será que com oPrefeito do lado do Governador, eles não ganham nem uns redutores de velocidade de 50 em 50 metros e fiscalização policial para se evitar mais mortes?
Ter cargos e receber salários é muito bom, mas na hora de trabalhar e pensar é dificil achar um para ajudar...

Francisco de Oliveira Neto

Anônimo disse...

Aos

Jornalistas e órgãos de imprensa de Sete Lagoas

Prezados Senhores


A violência urbana é, nos dias atuais, crescente e alarmante, alcançando todas as esferas sociais. Todos sentimo-nos enclausurados e anulados diante da perspectiva negativa apontada pelos índices estatísticos da violência em nosso município. No espaço dos 10 últimos dias vimos com perplexidade à brutalidade de dois acontecimentos trágicos que abalaram toda cidade e de maneira particular nossa classe de moto taxistas. Ora, sabemos se tratar de duas fatalidades, mas, também não podemos deixar de expor nosso ponto de vista no que diz respeito às responsabilidades cabíveis, dos poderes constituídos, em evitar futuros acontecimentos desagradáveis como estes. Há muito, vemos o descaso do poder público com a regulamentação de nossa prestação de serviço, avisamos, apontamos e apelamos através dos órgãos de imprensa e documentos, sobre a necessidade da regulamentação de nossos trabalhos para sociedade setelagoana. Não fomos ouvidos e sequer, em muitos casos, atendidos. Sete Lagoas tem sido vítima de malfeitores que usam do transporte de motos para praticar seus crimes aqui na nossa “promissora” cidade. Fato do qual nós moto taxistas estamos sendo vítimas em duas esferas que nos prejudicam tanto no discernimento de quem presta o serviço e de quem é bandido, como também, estamos virando alvos de marginais. O assassinato de nosso companheiro, Nísio Silva Abreu, na porta do banco é mais do que uma prova de nosso manifesto aqui exposto. Os bandidos que praticaram o assassinato fugiram em uma moto, conforme relato dos jornais. No acidente onde o nosso companheiro e amigo Alvino Oliveira de Sena faleceu e a passageira, que ele transportava em sua moto, ficou gravemente ferida. Só temos que rechaçar a inoperância e “vistas grossas” da prefeitura municipal de Sete Lagoas em colocar redutores de velocidade bem como barras de segurança no entorno daquele trecho, onde aconteceu o acidente, já apelidado pelos cidadãos de nossa cidade de “curva da morte”.
Nos dois casos a regulamentação da nossa prestação de serviço, para a comunidade, faz-se necessária e urgente, pois, as famílias dos nossos companheiros falecidos, bem como a passageira, poderiam ser acobertadas por um seguro que está previsto no anteprojeto de lei, que por hora, se encontra nas mãos do prefeito municipal Mário Márcio Campolina Paiva e que, por razões desconhecidas, ainda não foi devolvido à câmara municipal de Sete Lagoas. Tal seguro não ameniza a dor da morte, mas, ajuda a dar dignidade aos entes queridos. Deixamos claro que o não esclarecimento, por parte do prefeito, em devolver o anteprojeto à câmara, nos conduz ao pensamento de que seja má vontade e ou desconhecimento da necessidade popular de fazê-lo, pois, para tal devolução não se gasta dinheiro e nem há desprendimento técnico para tanto. Já temos a aprovação do serviço em âmbito nacional e precisamos que o prefeito municipal e sua equipe técnica nos dignifiquem com suas obrigações políticas.

Aqui encobertos de luto manifestamos nosso pesar e repúdio da inoperância municipal.

Atenciosamente

Evaldo Silva Cruz
Presidente do Sindicato dos Moto Taxistas de Sete Lagoas