terça-feira, 20 de outubro de 2009

É só mais um caso

Infelizmente, o que contamos aqui é só mais um caso que acontece não somente no Condado das Sete-Bananas-Lagoas, mas em quase toda a democrática república brasileira. Quem nos contou foi nosso amigo Saúva, que dispensa comentários. Mas para aqueles mal informados, ele é um dos mais importantes músicos da cidade, com trabalhos sociais, que inclui ai a retomada do carnaval à frente da Mini-escola de Samba Verde Branco, que dentre seus objetivos, é evitar que jovens entre para o mundo do tráfico, além de ser professor no Apae. Com certeza é uma pessoa que merece com muita atenção o título de honra ao mérito que nossos vereadores insistem em encher a pauta semanal das reuniões ordinárias, mas não recebe por não participar do puxa-saquismo vigente naquela casa. Prefere continuar com seus trabalhos que trazem muito mais frutos práticos.

Mas vamos ao caso:

Certa noite, ao retornar para casa, no bairro Santa Luzia, vulgo Garimpo, de um de seus trabalhos, com seu teclado, importante instrumento musical e de trabalho, Saúva teria sido abordado carinhosamente por uma patrulha de policiais militares. Educamente, como de praxe que lhes é peculiar, eles perguntaram o que havia dentro da "sacola". Ele respondeu, conforme pediram. Diante disso, e diante de seus preconceitos, os policiais pediram para ele tocar, pois provavelmente eles desconfiaram ser fruto de roubo, afinal, naquele lugar, à aquela hora, não havia outra explicação. Saúva educadamente explicou aos inteligentes policiais de que era necessário energia elétrica para que o instrumento funcionasse. Mesmo assim, para ficar livre de maiores problemas, ele demonstrou ter conhecimento de causa.

O que nos deixa com a pulga atrás da orelha é que o argumento usado pelos defensores da ordem social, de que o local por onde passava é ponto de tráfico de drogas, por isso as medidas preventivas como essa. Ai cabe nossa pergunta: se sabem bem onde são os pontos de drogas, por que não prendem os traficantes com a mesma competência que fazem ao interceptar um trabalhador honesto?

Fica ai nossa pergunta...

4 comentários:

Stefano Venuto Barbosa disse...

Infelizmente isso acontece diariamente naquela região, porque ali é um lugar pobre, porque em bairro nobre polícia tem toda educação ao lidar com o cidadão.

Paulo do Boi disse...

Puxa vida...

Sem palavras...
Chateado demais ao ler.

Anônimo disse...

Moro pertinho do Garimpo e por aqui fica, além de uma dlegacia, muitos pontos de drogas, mas como vocês comentaram eles sabem muito bem onde estão estes pontos... e conhecem muito bem as caras desse povo mal intensionado... os policiais daqui gostam mesmo de fingir que estão trabalhando... falta de vergonha na cara!!!!

Bárbara Ramos disse...

O pior é que nessa situação a gente reclama pra quem heim?
Já fiquei sabendo de casos em que a pessoa chegou a denunciar na corregedoria, mas recebeu uma visita inesperada, sabe?
E é assim... essas coisas a gente não vê muito nos grandes meios em massa. Deve ser porque não querem que se fale sobre isso.
E só para descontrair...
SALVE SAUVA! Músico, professor, líder comunitário, artista, cidadão, referência!